O Sp. Braga joga fora de casa apenas ‘no papel’, tal é o apoio dos cerca de seis mil adeptos arsenalistas, em número claramente superior à massa associativa da U. Leiria.

Domingos Paciência operou algumas mudanças face ao jogo com o V. Guimarães e a ‘máquina’ bracarense, habitualmente bem oleada, esteve praticamente ‘avariada’ durante trinta minutos.

A União de Leiria soube contornar o ambiente adverso no seu próprio estádio e entrou confiante e autoritária na partida. Lito Vidigal estruturou a formação num 4x4x2 que anulou claramente as armas do Sp. Braga. André Santos e Marco Soares dominavam o meio-campo e o segundo classificado pouco mais fazia do que ver jogar a União.

Ironicamente, a primeira oportunidade foi do Sp. Braga, com um cabeceamento de Paulão, aos 4’, salvo sobre a linha por Marco Soares. Depois disso, só deu U. Leiria, que chegou ao golo logo aos 12’, num excelente cabeceamento de Cássio.

Lito Vidigal sofreu uma contrariedade com a saída forçada por lesão de Pateiro e a entrada de Ronny provocou um ligeiro recuo da sua equipa. No entanto, o golo sofrido não acordou os bracarenses, estranhamente nervosos e sem capacidade para desenvolver as suas transições ofensivas rápidas, apesar de colocar Alan e Paulo César nos flancos.

A falta de rotinas de Paulão na defesa e a ‘solidão’ de Madrid no meio-campo originaram sucessivos erros. Em suma, era uma exibição pálida para o assédio à liderança do Benfica.

O despertador do Braga tocou aos 30 minutos, com uma iniciativa de Alan a baralhar a defesa leiriense. Acto contínuo, Meyong (31’) e Rentería (34’) consumaram a reviravolta, num resultado surpreendente para o que se passara no campo.

A vantagem trouxe uma confiança imensa à equipa de Domingos Paciência, que passou a controlar o desafio e saiu assim para o intervalo a três pontos do Benfica. O sonho do título continua vivo entre os arsenalistas.