"É uma tristeza muito grande um clube como o Belenenses voltar a disputar a segunda Liga, sendo a terceira vez em cinco anos [salvou-se de duas delas devido a despromoções administrativas de Gil Vicente e Estrela da Amadora]. Significa que algo muito errado está a passar-se com o futebol do Belenenses", afirmou em declarações à Lusa.

O candidato derrotado nas eleições de 2009 criticou a gestão desportiva do clube, com especial destaque para a "falta de profissionalismo do futebol do Belenenses", que vai descer de escalão "com um orçamento de cinco milhões de euros, que é mais do dobro dos concorrentes directos".

"A época foi muito mal planeada, por pessoas que não têm competência na área do futebol. Tudo o resto é consequência disso", adiantou Gouveia da Veiga, para quem a despromoção à Liga de Honra trará "consequências gravíssimas", pois a segunda Liga é um "desastre" do ponto de vista financeiro.

"A Liga de Honra é muito competitiva do ponto de vista desportivo, mas do ponto de vista financeiro é um desastre. Estamos a falar de 300 ou 400 mil euros de receitas e uma equipa competitiva, para subir de divisão, não custa menos de dois milhões de euros", referiu o advogado.

Preocupado com a inscrição da equipa nas competições profissionais, o antigo candidato espera que o "chumbo" do Relatório e Contas 2009 e do plano de saneamento financeiro não sirva de desculpa, em caso de falhar o cumprimento dos pressupostos financeiros.

"Não venham com a desculpa que a equipa não vai ser inscrita por causa disso. Nem isso foi explicado dessa maneira aos sócios.

Os sócios não estavam informados e nem têm confiança nesta direcção para levar a cabo as reformas que têm de ser feitas", disse.

Apesar de não ter estado presente na Assembleia Geral de domingo, Gouveia da Veiga revela que "o descontentamento é generalizado" e voltou a criticar a ausência de uma política de reformas por parte da actual administração.

"São pessoas que estão há um ano no clube e não fizeram uma única reforma que precisava de ser feita. É mais difícil fazer uma reestruturação na segunda divisão", concluiu.