“Depois da assembleia de domingo, as condições tornaram-se difíceis e sentimos que não havia condições para prestar um bom serviço ao Belenenses, pelo que optámos por apresentar a nossa demissão”, afirmou aos jornalistas Viana de Carvalho à saída do Estádio do Restelo.

O presidente demissionário lamentou que as propostas apresentadas na AG tenham sido “maioritariamente recusadas”, o que levou à renúncia dos membros da direcção, inclusive a do próprio presidente.

Viana de Carvalho, que nem chegou a completar um ano na presidência do clube - foi eleito a 10 de Maio de 2009 - explicou ainda que, sendo o Belenenses uma sociedade comercial, os administradores “são obrigados, por lei, a ficar mais um mês e a desempenhar as suas funções”.

“Neste momento, estatutariamente e com a nossa renúncia, o presidente da mesa da AG é o responsável pela gestão do clube. Continuamos a trabalhar em defesa do Belenenses. Há que assegurar a gestão da SAD pelo menos durante um mês. É o que diz a legislação sobre as sociedades comerciais”, referiu.

Os 30 dias de gestão que o clube vai atravessar coincidem com o prazo para apresentação dos pressupostos financeiros na Liga, essenciais para a inscrição da equipa nas competições profissionais da próxima época, uma situação que continuará sob alçada dos recém-demissionários administradores.

No entanto, Viana de Carvalho prefere não adiantar certezas sobre a inscrição da equipa, embora garanta que os responsáveis vão “continuar a trabalhar nesse sentido”.

Apesar de sair “triste e desiludido, porque havia boas ideias e bons projectos, prontos a serem executados”, diz não estar arrependido e confessou que a maior tristeza foi a despromoção da equipa de futebol à Liga de Honra.

“Tive muito gosto em servir o Belenenses numa situação muito difícil. Mais difícil do que os sócios pensam. Penso que dei um contributo positivo, apesar das dificuldades adversas da equipa. Desportivamente acabámos por repetir o que se passou no ano anterior e essa é a minha grande tristeza”, lamentou.

As eleições serão convocadas na segunda-feira pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, Henrique Abecassis, e terão de obedecer ao prazo de 60 dias, sendo quase certo que terão lugar no dia 03 de Julho.