Vestido de azul e branco, Domingos Paciência foi uma referência do ataque portista que percorreu toda a década de 90. Terminou a carreira no antigo estádio das Antas e no total fez 11 épocas de dragão ao peito.

Um verdadeiro homem do Norte, que agora vinga mas equipando de vermelho, em Braga, e com a braçadeira de treinador no braço. E tem tanto de inesperada como de merecida esta caminhada dos arsenalistas rumo ao título e ao estatuto de grande.

O Braga, aliás, foi a equipa que mais tempo permaneceu na liderança da I Liga e se em fase inicial da época Domingos recusou sempre colocar o Braga na rota do título, certo é que a matemática o foi desdizendo e os “guerreiros” foram ultrapassando batalha após batalha quase sempre com o reconforto dos três pontos finais.

Embora Jorge Jesus, antigo treinador do Braga, reclame parte da “paternidade” do grupo bracarense, seria pouco sério não centralizar em Domingos grande parte do sucesso que este grupo, já histórico, agora alcançou na cidade dos Arcebispos.

A melhor pontuação de sempre do Braga tem indelevelmente a marca de Domingos Paciência. Rigoroso, disciplinado, trabalhador e ambicioso q.b., Domingos atinge o ponto mais alto da sua curta carreira como “general de tropas”, depois da passagem por Leiria e Coimbra.  

Se a história costuma revelar que é do campeão que reza a história, este Braga poderá ser uma primeira e justíssima excepção depois de tão intensa e imprevista disputa com o Benfica.  Por isso mesmo, é altura de festejo e comemoração também em Braga.

Mas Domingos Paciência, o obreiro do Super Braga, pode também estar prestes a viver um verdadeiro dilema de super herói: se por um lado leva o Braga a poder discutir a milionária Liga dos Campeões e ficará para sempre associado a uma época de estrondoso sucesso, por outro, o “seu” Porto pode chamar por ele e fazer o coração falar mais alto.

Uma “angústia”que está somente destinada aos grandes treinadores…