O organismo que gere o futebol profissional sublinha que Fernando Gomes não utilizou a expressão "a Disciplina de Ricardo Costa não era competente", conforme se afirmava no título de uma notícia difundida pela Lusa na sexta feira, resultante de uma entrevista ao novo presidente da Liga.

"O sentimento que fui tendo dos próprios clubes é que havia a ideia generalizada de que essa comissão não teria competência e que não deveria continuar”, foram as palavras utilizadas por Fernando Gomes na sua primeira entrevista após a eleição para o cargo de presidente da Liga.

“Passámos um período conturbado, muito mais na disciplina do que na arbitragem, foi essa a minha percepção relativamente ao convite ou não convite às pessoas que presidiam a esses conselhos. Não me parece que devamos colocar ao mesmo nível o Vítor Pereira e o Ricardo Costa e por isso mesmo convidámos o Vítor Pereira e não convidámos o Ricardo Costa”, disse Fernando Gomes.

“Aquilo que desejamos é que as respectivas comissões funcionem adequadamente, sem grande protagonismo, exercendo as suas competências e as suas atribuições de uma forma equilibrada, imparcial, isenta e que, acima de tudo, não sejam factores de geração de polémica numa competição equilibrada e equidistante relativamente aos regulamentos e a todos os clubes”, acrescentou.

De Ricardo Costa, presidente da anterior Comissão Disciplinar com diversas decisões polémicas sobre o FC Porto, clube de que Fernando Gomes foi administrador até Fevereiro deste ano, o presidente da Liga faz uma avaliação claramente negativa e até diz que esse era um sentimento “generalizado” entre os clubes profissionais.

“Ao longo dos diversos contactos que tive com os todos clubes aquando do processo da minha candidatura havia a ideia generalizada que efectivamente o tempo do Dr. Ricardo Costa à frente da Comissão Disciplinar não foi um tempo positivo em termos daquilo que tem de ser a justiça do ponto de vista factual, concreto e objectivo de equidistância e de não grande exposição. A justiça deve ser célere, deve ser competente, deve ser rápida, e nesse aspecto creio que se deram passos significativos, mas também deve ser equilibrada e recatada. Nessa perspectiva, o sentimento que fui tendo dos próprios clubes é que havia a ideia generalizada de que essa comissão não teria competência e que não deveria continuar”.

Bem diferente é a opinião sobre o juiz Herculano Lima, a quem ressalta a experiência de julgar: “É uma pessoa extremamente séria e equilibrada e também com experiência de julgamento. Um juiz conselheiro tarimbado. Esse equilíbrio e experiência de julgar é muito importante para quem está à frente de uma Comissão Disciplinar. Estou convicto que grande parte das polémicas que assistimos no passado provavelmente deixará de existir”.