Quem sabe se espicaçado pelos maus resultados que averbou nas duas primeiras jornadas, o Benfica entrou no jogo ao ritmo com que no ano passado cilindrou este mesmo Setúbal por 8-1.

Assim, o golo inaugural do encontro surgiu logo aos 3’. Gaitán tirou o cruzamento de pé esquerdo e Cardozo, de cabeça e de cima para baixo, não deu hipótese a Diego, provocando a primeira explosão de alegria na Luz.

O Benfica sufocava o Setúbal e chegava sempre mais rápido à bola. No entanto, aos 22’, volte face na partida. Júlio César é obrigado a cometer pénalti depois de uma atrapalhação de Maxi Pereira e acaba expulso. Roberto, que havia sido poupado por Jesus, foi obrigado a entrar no jogo e logo para defender um pontapé de 11 metros.

Qual argumento de um filme, o espanhol - que se tornou em poucos meses o jogador mais mal amado na Luz – foi aplaudido na sua entrada e defendeu mesmo o remate de Hugo Leal. A comemoração foi maior do que um golo do Benfica. Em poucos segundos, Roberto passou de besta a bestial.

O Benfica não voltou a carregar sobre a baliza de Diego como antes, mas continuou a dominar os acontecimentos, com Gaitán e Fábio Coentrão a mostrarem bom entendimento pelo flanco esquerdo.

O Setúbal parecia desanimado pela grande penalidade perdida e o Benfica aproveitou para se adiantar no marcador já à beira do intervalo. Aimar marcou mais um canto e, uma vez mais com uma conclusão de cabeça, Luisão fez o 2-0.

À entrada para o segundo tempo, e possivelmente pensando em precaver a preciosa vantagem, Jorge Jesus fez entrar Ruben Amorim e tirou Saviola, deixando Cardozo sozinho na frente, onde também já não estava Salvio, que tinha saído para dar lugar a Roberto.

Mesmo com menos um, a equipa encarnada, e mais concretamente Fábio Coentrão, voltou a abrir o livro. O lateral saiu a jogar, tocou em Gaitán, foi buscar mais à frente, devolveu de calcanhar a Gaitán, e sempre ao primeiro toque este centrou e Aimar só teve de encostar depois de Diego não agarrar à primeira. Estava feito o 3-0.

O Vitória mostrou-se sempre muito débil e previsível, e o Benfica não teve dificuldades em disfarçar a ausência de um jogador e controlar a seu belo prazer o desenrolar do encontro.

Com este resultado, o Benfica alcança a primeira vitória no campeonato e enfrenta agora a paragem para os jogos das selecções certamente com mais tranquilidade.