Os membros do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) renunciaram em bloco, disse hoje à agência Lusa uma fonte próxima do presidente da Direcção do organismo, Gilberto Madail.
A renúncia, com efeitos imediatos, é justificada com o facto de a FPF estar em situação ilegal por a Assembleia-Geral ainda não ter adaptado os estatutos ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas, devido à sistemática oposição das associações distritais.
Segundo a mesma fonte, há alguns dias os membros do CJ – órgão de recurso das decisões do Conselho de Disciplina da FPF e da Comissão Disciplinar da Liga - enviaram uma carta a Gilberto Madail e ao presidente da Assembleia-Geral, Avelino da Rocha Ribeiro, comunicando-lhes que renunciavam aos cargos com efeitos a partir de hoje.
Os regulamentos permitem realizar eleições intercalares para o CJ, mas a fonte contactada pela Lusa afirmou que, por poder ser difícil encontrar juristas disponíveis nas circunstâncias actuais, Gilberto Madail está já a negociar uma alteração dos estatutos com a comissão delegada das associações distritais.
Um sucesso nestas negociações permitiria alterar os estatutos da FPF num prazo curto e, depois, realizar eleições intercalares para o CJ, antes do acto eleitoral que a FPF vai ter no início do ano.
Caso contrário, a FPF poderá funcionar sem CJ até às eleições previstas para Janeiro, situação em que os recursos entretanto apresentados teriam de aguardar pela entrada em funções de um novo órgão.