A direcção do Gil Vicente informou hoje que a rejeição do pedido indemnizatório contra a Liga Portuguesa de Futebol Profissional “não conclui o processo” judicial no âmbito do caso Mateus, ponderando recorrer para o Supremo Tribunal Administrativo (STJ).

Em comunicado, o Gil Vicente assinalou que a decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) “não põe em causa os fundamentos pelos quais tem vindo a ser dada razão ao Gil Vicente (...), isto é, que o clube não poderia ser sancionado pelo recurso aos tribunais”.

O clube minhoto reiterou que “esse recurso aos tribunais para apreciação de questões sobre inscrição de um jogador não se enquadra em ‘matéria estritamente desportiva’”, estudando a possibilidade de recorrer para o STJ da decisão do TCAS.

“O Gil Vicente está convicto que os tribunais administrativos continuarão a considerar os actos da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional no âmbito do ‘caso Mateus’ como ilegais (...), com a atribuição da justa indemnização”, informa a nota.

Em comunicado enviado na terça-feira à Agência Lusa pela sociedade de advogados MVB, que representa a Liga no processo, é indicado que o TCAS “julgou inadmissível o pedido indemnizatório” do clube minhoto, que exige o regresso ao campeonato principal e a compensação de um milhão de euros.

A decisão do TCAS resulta de um recurso apresentado pela LPFP em 2007 contra um despacho do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, que, na altura, rejeitou o pedido de subida de divisão do clube de Barcelos, mas aceitando tomar conhecimento do pedido de indemnização.

Na base do caso Mateus está o facto de o Gil Vicente ter recorrido para os tribunais comuns (violando as regras da Federação, UEFA e FIFA) para resolver o problema com a inscrição do jogador angolano na época 2005/2006.

O Belenenses, que desceu de divisão, participou dos minhotos, que assim foram relegados para a Liga de Honra, por troca com a equipa do Restelo.