O FC Porto conseguiu esta noite manter a sua invencibilidade na Liga, mas nunca esteve tão perto de ver cair o seu notável registo. O Sporting, fundamentalmente na primeira parte, foi uma equipa ambiciosa, agressiva e muito perigosa. Por outro lado, o FC Porto veio a Lisboa com uma postura pragmática e só em desvantagem é que se empenhou na busca do golo.

O empate final (1-1) reflecte assim um jogo de contrastes. No primeiro tempo, os leões foram sempre melhores. Valdés e Postiga espalharam o perigo no ataque leonino, bem secundado por um meio-campo ‘reforçado’, com André Santos, Maniche e Pedro Mendes para conter Belluschi e João Moutinho.

A estratégia de Paulo Sérgio surtiu efeito, uma vez que o líder do campeonato revelou-se uma formação pouco afoita e quase sem caudal ofensivo. Por outro lado, o Sporting ameaçou cada vez mais a baliza de Helton. Depois de um remate à trave de Pedro Mendes (23’), foi o golo de Valdés, aos 37’, a desequilibrar.

O médio chileno fugiu pelo meio, livrou-se de Maicon – que ficou a reclamar uma posição irregular de Valdés – e rematou com classe para o 1-0, sem hipóteses para o guardião portista.

Na segunda parte, André Villas-Boas lançou um FC Porto ‘renovado’ e a atitude dos dragões surtiu efeito quase instantaneamente. Hulk e Falcao avisaram (51’ e 54’), mas o colombiano só fez o empate aos 58’. Consequência da maior velocidade e agressividade em campo, Hulk foge pelo flanco direito e assiste Falcao na pequena área, onde o avançado não perdoou.

O FC Porto estava agora com o controlo do jogo, empurrando o Sporting para a sua defesa, mas aos 68’ mudou tudo. Maicon foi expulso, depois de um lance com Liedson - que já fugia isolado para a baliza de Helton -, e o FC Porto adoptou novamente a postura calculista em defesa do empate. No entanto, os nervos tomaram conta de André Villas-Boas e o técnico portista foi expulso aos 75’, pela segunda vez no campeonato. 

Enquanto Paulo Sérgio lançava Yannick, Vukcevic e Saleiro para o assalto à baliza portista, os dragões fecharam-se até ao apito final de Jorge Sousa. A felicidade acabou por sorrir aos dragões, que deixam Alvalade com um empate saboroso e que mantém a diferença de 13 pontos para os leões.

Referência ainda à actuação de João Moutinho. O médio portista foi recebido de forma muito hostil em Alvalade, sempre vaiado e alvo de arremesso de inúmeros objectos para o relvado. Foi uma actuação mais apagada do que tem sido o seu nível habitual nos dragões, mas mais por culpa do pressing leonino do que pela pressão dos assobios.