Em entrevista à agência Lusa, Rui Alves declarou “estar satisfeito” pela forma como tem decorrido o programa comemorativo do centenário, que se prolonga até 08 de dezembro de 2011, mas que esta semana cumpriu um conjunto de actividades.

Entre estas, destacou o lançamento do álbum do clube, o jantar que reuniu cerca de 700 pessoas e contou com a presença do presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, e o colóquio subordinado ao tema “Desporto e Globalização” que, devido à “sua riqueza” será perpetuado em breve num livro, anunciou.

“Estou bastante satisfeito e corresponde um pouco à filosofia deste clube que sempre esteve muito para além do desporto enquanto cultura do físico”, argumentou.

Do conjunto de eventos programados apenas falhou o jogo de solidariedade com o FC Porto, cancelado devido ao mau tempo que assolou a Madeira e afetou o movimento no Aeroporto do Funchal.

Sobre as metas traçadas para o futuro do Nacional, Rui Alves salienta que o clube “tem que ir até onde conseguir sem perder a noção da sua dimensão insular e económica”, realçando que quando os clubes se aproximam do topo das competições têm que ter “cuidado com a sustentabilidade dos projetos”.

Rui Alves defendeu que “conseguir manter o Nacional no topo do futebol português no nível do seu plantel profissional é uma coisa fundamental”, assim como afirmar a instituição como “um dois principais clubes de Portugal”.

“Penso que o Nacional, daqui a quatro anos, será na historia toda de campeonatos o 11º clube do país em termos de presenças, em números de jogos realizados no principal campeonato português, tendo em atenção que só em 1978 é que chegamos aos nacionais, o que é de facto uma situação bastante relevante para qualquer instituição desta natureza”, afirmou.

O presidente do Nacional considerou que este momento do centenário foi comemorado de forma especial, embora haja uma “continuidade” do projecto.

“Depois de 2007 e da inauguração da cidade desportiva, começa-se a vislumbrar uma estrutura muito forte ao nível da formação na área do futebol, que nos próximos anos deverá merecer ainda uma atenção mais cuidada, talvez trazendo para a formação um acompanhamento mais rico do ponto de vista técnico, na área social e psicológica”, apontou.

Acrescentou que se “vislumbra a perspetiva de novas infraestruturas ligadas a essa área”, reiterando que o clube deve “retomar o ecletismo, que já foi uma das suas marcas”, e mencionou estar em análise a construção de um pavilhão e um complexo destinado também à massa associativa.

“São projectos que são aos mesmo tempo desafios, mas que vão exigir muita atenção porque os tempos que se avizinham também não podemos ter grande optimismo relativamente às dificuldades na concretização de projectos”, destacou.

Sobre o relacionamento difícil com o presidente do clube rival, o Marítimo, disse estar disposto a “apertar a mão” de Carlos Pereira.

Rui Alves conclui tratar-se de uma posição institucional, garantindo que nunca seria a questão pessoal a impedir que “em situações de interesse comum, os dois clubes não estivessem juntos em algumas batalhas, nomeadamente para responder aos ataques que são desferidos relativamente a todo o edifício desportivo da região”.