“Seria giro marcar ao FC Porto, depois de já o ter feito ao Sporting. Era bom sinal e, assim, ia para a selecção com mais moral”, disse à agência Lusa Mário Rondon, consciente das dificuldades do jogo de domingo com o líder invicto da Liga portuguesa de futebol.

“Vai ser difícil para o nosso lado, pois trata-se de uma grande equipa, que ainda não perdeu esta época, mas vamos tentar quebrar este ciclo e aproveitar o facto de o campo ser mais pequeno”, sublinhou, esperançado na possibilidade de os portistas “virem jogar à Mata Real já com a cabeça nas férias”.

O avançado, de 24 anos, tem sido uma aposta regular do técnico Rui Vitória para o “onze” pacense esta época, bem diferente do que sucedeu na última temporada.

“Mudou muito, mesmo. Já não me vêem como um jogador da segunda Divisão, ganhei experiência na Liga de Honra, onde fui campeão. Foi muito bom ter rodado no Beira-Mar. Este ano, sinto-me mais confiante e os golos, felizmente, têm acontecido”, disse.

Mário Rondon reconheceu ainda à Lusa ter tido na altura alguns comportamentos desviantes, embora próprios da juventude, precisando: “Foi uma fase má. Toda a gente tem uma fase má, mas soube dar a volta e agora estou empenhado em ser feliz”.

O avançado tem mais dois anos de contrato com o Paços de Ferreira e sonha “representar um clube de maior dimensão e lutar por outros objectivos”, mas por agora está mais concentrado em ajudar a equipa e em desfrutar da primeira convocatória para a selecção venezuelana.

“Sabia que, jogando no Paços e sendo regular, essa primeira chamada ia chegar. Estou contente por representar o meu país, mas também tenho trabalhado para isso”, disse, acrescentando: “O seleccionador César Farias mandou um ‘olheiro’ ver-me no jogo disputado em Lisboa com o Benfica e, pelos vistos, deve ter gostado”.

Mário Rondon entra em estágio a 27 de Dezembro e dois dias depois, a 29, pode estrear-se pela Venezuela em Bilbau, Espanha, frente à selecção basca, treinada por Johan Cruyff, a quem promete pedir um autógrafo.

“Conheço quase todos os jogadores venezuelanos, tendo jogado com alguns deles nas camadas jovens. Em relação ao jogo, soube pelo professor Arnaldo [treinador adjunto do Paços de Ferreira] que a equipa basca é treinada por Johan Cruyff, de quem gostava e a quem, a pedido dele, irei pedir um autógrafo”, concluiu.