O deputado do PSD Luís Campos Ferreira admitiu hoje a possibilidade de avançar com uma candidatura à presidência do Sporting, garantindo que tal depende de uma decisão pessoal que está a ponderar.

«A decisão pessoal não está tomada. Tem de ser maturada e ter músculo», disse Luís Campos Ferreira em declarações à agência Lusa, acrescentando:

«É um ideia que tenho ponderado devido aos incentivos que tenho tido.»

Campos Ferreira, advogado de 49 anos, considerou importante tomar a decisão pessoal de forma ponderada «para aos primeiros abanões e dissabores não atirar a toalha ao chão».

Além da decisão pessoal, o político faz depender uma eventual candidatura de incentivos que o façam «sentir que há um conjunto de apoios que permitem fazer as rupturas que o Sporting precisa no seu modelo económico e produtivo».

Luis Campos Ferreira considerou que o Sporting precisa de um presidente que «não esteja capturado por ninguém, que tenha condições de liberdade de renegociar com a banca e junto de alguns órgãos do clube. Com uma atitude livre e autónoma, no pensamento e na acção».

O sócio “leonino”, deputado desde 2002, admitiu não conhecer em pormenor a situação financeira do clube, mas considerou que isso até poderá ser uma vantagem.

«O Sporting precisa de uma ruptura e para a fazer não se pode ter estado com o passado», disse, acrescentando essencial para o clube romper «com determinado tipo de elite».

Luis Campos Ferreira classificou como um «falhanço os últimos 20 anos de gestão» no Sporting que, considerou, «tem vindo a perder património, e património desportivo e está cada vez mais capturado pela banca».

O deputado, eleito pelo círculo de Viana do Castelo, afirmou ser essencial terminar com «linhas elitistas», e «abrir o clube ao país e aos sócios, quer estes vivam ou não em Lisboa».

Considerando que o clube tem «quase uma monarquia», Luis Campos Ferreira, afirmou que «num momento em que não há margem para erro é preciso chamar todos os sportinguistas», simplificando o processo eleitoral para os sócios que não vivem na zona da capital.

Para tal, considerou, «só é precisa boa vontade por parte de determinada elite que tem capturado o Sporting de ir ‘a jogo’ e de se colocar ao escrutínio dos sportinguistas de todo o país».

José Eduardo Bettencourt, eleito em 2009, demitiu-se sábado da presidência do Sporting, após a derrota caseira dos “leões” frente ao Paços de Ferreira, por 3-2.