A Naval 1.º de Maio alega que nada deve ao ex-jogador Gilmar e mantém que não foi notificada de qualquer pedido de insolvência do clube entregue pelo futebolista no tribunal da Figueira da Foz.

Em conferência de imprensa, o assessor jurídico do clube da Liga portuguesa de futebol, Nuno Mateus, disse hoje que a Naval «já pagou ao Gilmar aquilo que entende que é o débito que tem para com o jogador», aludindo aos 71 mil euros pagos pela SAD navalista em Janeiro último.

Nuno Mateus fez um historial desse processo, considerando-o um «caso muito complexo», tendo questionado o funcionamento e a composição dos órgãos de justiça desportiva.

Alegou que a Naval opôs-se à transmissão da dívida a Gilmar para a SAD e a Liga «deu razão» ao clube, mas que esse não foi o entendimento do Conselho de Justiça da Federação para o qual o médio brasileiro recorreu.

Antes, em Janeiro de 2010, a Comissão Arbitral Paritária tinha reconhecido uma dívida de mais de 130 mil euros ao ex-jogador, que reclama o pagamento do valor remanescente, cerca de 60 mil euros correspondentes a um alegado aditamento ao contrato, tendo intentado uma acção de insolvência do clube.

Nuno Mateus reafirmou hoje que a Naval 1º de Maio não foi notificada de qualquer pedido de insolvência, sublinhando que, ainda que este exista, recusa pronunciar-se «na praça pública» sobre processos judiciais.

«Eu não sei e a Naval não sabe, sequer, se há qualquer insolvência», disse.

Embora frisando que o juiz «pode nem sequer chegar a notificar o clube», admitiu que a Naval, se for notificada, «vai contestar» o processo, argumentando ainda que cabe ao ex-jogador Gilmar «provar que há insolvência» da agremiação desportiva.

Nuno Mateus considerou ainda «lamentável e triste» a divulgação do caso pela comunicação social, alegando que «os processos jurídicos são para ser tratados nos tribunais» e os jornalistas «não são juízes».

Ainda segundo o responsável jurídico da Naval a situação é uma «tentativa de desestabilização» do emblema da Figueira da Foz, que passa por um «momento complicado» na luta pela permanência na Liga de futebol.