Os treinadores portugueses Jesualdo Ferreira e Carlos Brito, que lançaram no futebol nacional Hulk e Fábio Coentrão, classificam-nos como jogadores de topo e que estarão muito tempo nos principais palcos e emblemas do Mundo.

Os dois treinadores foram responsáveis pela aposta dos jogadores no escalão maior do futebol nacional e descreveram à agência Lusa os primeiros tempos.

«O Hulk veio para o FC Porto com a minha anuência e era um jogador sem cartel e sem nome no mercado, embora revelando um potencial acima da média», revelou Jesualdo Ferreira, com quem o brasileiro foi campeão na sua primeira época no FC Porto, em 2008/09.

«Dizia-se, no início, que era um jogador individualista, egoísta, questionava-se como era possível estar naquela equipa, mas foi um período normal de adaptação entre o jogador e a estrutura da equipa», recordou o actual técnico do Panathinaikos, segundo classificado do campeonato grego.

Por sua vez, Carlos Brito recorda como conheceu Fábio Coentrão: «Ia ver os jogos dos jovens do Rio Ave, reparei nele quando ainda tinha 15 anos, mas apercebi-me que estava ali um jogador em potência».

Dois anos depois, e após presença frequente nos treinos dos seniores do vila-condenses, Carlos Brito promoveu-o à primeira divisão, fazendo com que se estreasse numa deslocação à Madeira: «Tinha 17 anos, jogava como médio ala e penso que foi um incentivo muito importante para ele».

«Nunca pensei que se transformasse tão cedo num defesa esquerdo de grande qualidade», confessou Carlos Brito, reconhecendo que, «apesar de ser normal que alguns alas se adaptem às laterais da defesa, ele fê-lo muito rapidamente».

Passadas algumas épocas, os dois jogadores "cintilam" nos melhores palcos do futebol, algo que Jesualdo Ferreira já esperava de Hulk: «Evoluiu muito graças a algumas características que o levarão ainda mais acima. É muito humilde, muito trabalhador nos treinos e nos jogos e é um jogador muito competitivo».

«Tem 25 anos, está no melhor clube para evoluir enquanto jogador profissional e estou seguro de que vai chegar ao mais alto nível do futebol mundial, pois é hoje um dos melhores avançados do mundo, jogando nos três espaços do ataque com muita mobilidade», sublinha o último treinador campeão pelos "Dragões".

Porém, nas vésperas de mais um “clássico”, o técnico chama a atenção para um pormenor com relevância: «O Hulk tem uma característica que lhe provoca alguma desfocagem nos jogos mais mediáticos e rende um pouco menos comparando com o extraordinário rendimento global».

Carlos Brito, por sua vez, recorda-se do momento em que Fábio Coentrão surgiu no lugar que agora “cimentou”: «Foi numa deslocação do Benfica à Madeira para defrontar o Nacional, na época passada, e onde jogou adaptado a defesa esquerdo por ausência do Schaffer e lesão do César Peixoto».

O treinador do Rio Ave conclui que o internacional português é «um valor individual firmado, mas também beneficiou da excelência do futebol que o Benfica praticou na temporada passada».