As quatro derrotas sofridas pelo Benfica nas dez primeiras rondas, entre as quais a goleada no Estádio do Dragão (5-0), permitiram ao invicto FC Porto assumir a liderança com 10 pontos de vantagem sobre o rival.

«O início do campeonato foi fatal para o Benfica. Embora não se possa dizer que se ganham títulos à 10.ª jornada, já faz sentido dizer-se que se perdem», defendeu Dito, que jogou pelos “encarnados” em 1986/88 e pelos “azuis e brancos” em 1988/89.

Paulo Futre considera que o arranque do Benfica na prova foi «um pouco confuso» e recordou a polémica levantada em torno do novo guarda-redes do Benfica, o espanhol Roberto, que demorou a justificar os milhões gastos na sua aquisição.

«O Roberto estava submetido a uma pressão enorme, mas provou que é um grande guarda-redes», reconheceu Futre, considerando que os lisboetas se «distraíram um pouco com situações por definir, como a saída de David Luiz».

Dito admitiu que no início da época foi notória a ausência de alguns jogadores que deixaram o Benfica, como Di Maria e Ramires, e os problemas do treinador Jorge Jesus em disfarçar carências e encontrar soluções.

Ainda de acordo com Dito, o Benfica «terá pago um bocadinho a factura da saída desses jogadores», de «ter demorado ainda um pouco a acertar com os seus substitutos» e «em tirar o máximo de rendimento dos reforços».

Futre considera que «a regularidade nas várias provas, em que a excepção é a derrota sofrida em casa com o Benfica (0-2)» para a Taça de Portugal, foi a imagem de marca da «consistente» equipa dos “Dragões”.

«O FC Porto nunca teve uma quebra e nunca baixou o ritmo. Foi muito regular, em todas as principais competições», sublinhou Futre, que envergou a camisola dos “Dragões” entre 1984/85 e 1986/87 e a dos “encarnados” em 1992/93.

Para Dito, o FC Porto «mudou pouco na sua estrutura», em relação à última época, e surgiu «com um futebol algo diferente, a privilegiar a posse de bola e com o médio brasileiro Fernando mais ligado à equipa do que à defesa».

O avançado brasileiro Hulk foi, para o antigo defesa, o principal desequilibrador do FC Porto, porque, «quando a equipa não estava ainda consolidada, fez a diferença e ganhou jogos, mesmo sabendo que ninguém ganha jogos sozinho».

Tanto Dito como Futre reconhecem que, após o início desastroso do campeonato – com três derrotas nos quatro primeiros jogos -, o Benfica melhorou significativamente, como atesta a série de 11 vitórias consecutivas na Liga, apenas interrompida em Braga (2-1), à 22.ª jornada.

«A partir de Outubro tivemos um grande Benfica», frisou Futre. Para Dito, a formação “encarnada”, «algo perra» de início, só com a adaptação do médio argentino Gaitán, contratado na defesa, é que conseguiu «apresentar um futebol em profundidade e a toda a largura».

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