Nove anos depois de vencer a Liga portuguesa de futebol pela última vez, o Sporting ficou precocemente afastado da luta pelo título e enfrenta a última jornada do campeonato apenas com a ambição de conquistar o terceiro lugar.

O arranque em falso na Liga, com a derrota em Paços de Ferreira (1-0), prenunciou a nona época longe da “glória” – que surge no “lema” dos “leões” ao lado de “esforço, dedicação e devoção” –, mas não deixava perceber que o clube estaria agora a 36 pontos do primeiro classificado.

Mas o Sporting mostrou estar muito longe dos “rivais” noutras áreas: inicialmente no orçamento para a época, depois também na estabilidade directiva, com a demissão do presidente José Eduardo Bettencourt 19 meses após ter sido eleito com 89 por cento dos votos, e também da equipa técnica, com a saída de Paulo Sérgio e a “adaptação” do director José Couceiro.

Pelo meio, o “Ministro” Costinha abandonou a “pasta” de director desportivo com “estrondo”, o avançado Liedson “resolveu” regressar ao Brasil e houve um renhido processo eleitoral, concluído com a conturbada proclamação de Godinho Lopes, fragilizando a formação “leonina”, que continuou a ceder terreno.

Foi no relvado, fundamentalmente no de Alvalade, que os “leões” desperdiçaram a época, a nona seguida sem conquistar o campeonato, somando quatro derrotas e cinco empates caseiros, num total de oito desaires e nove empates.

Esta modesta prestação deixou o Sporting a jogar pelo orgulho e com o objectivo de terminar a Liga no lugar mais baixo do pódio, para não repetir o quarto lugar de 2009/10.

Para assegurar o terceiro lugar, os “leões” têm de vencer no sábado no terreno do Sporting de Braga, dividido entre a motivação e as poupanças para a final da Liga Europa, que disputa na quarta-feira com o FC Porto em Dublin.

Caso ganhe na deslocação a Braga, onde vai encontrar o seu provável futuro treinador Domingos Paciência, o Sporting soma os mesmos 48 pontos com que terminou a última temporada.

Após esta ronda, encerram-se nove épocas desde a vitória no campeonato de 2001/02, sob o comando do romeno Laszlo Boloni, perfazendo uma média quase perfeita de um campeonato ganho por cada década nos últimos 30 anos.

No entanto, este afastamento dos triunfos não é um fenómeno recente: desde 1961/62 – ou seja, nos últimos 50 campeonatos -, os “leões” só festejaram a vitória final oito vezes, pelo que, em média, precisaram de mais de seis anos para conquistarem cada título.