O treinador de futebol André Villas-Boas vai dar mais um passo na “direcção” de José Mourinho, ao trocar o FC Porto pelo Chelsea, como fez o actual técnico do Real Madrid no defeso de 2004.

Aos 33 anos, Villas-Boas vai abandonar a sua anunciada «cadeira de sonho» e um clube ao qual jurou fidelidade para ingressar no projecto liderado pelo russo Roman Abramovich, do qual já fez parte como adjunto do “Special One”.

Como Mourinho em 2004, André Villas-Boas não resistiu ao apelo do projecto dos londrinos, que haviam despedido o italiano Carlo Ancelotti, e abandona os “dragões” pouco mais de um ano após ter sido apresentado e depois de uma época quase perfeita.

Na apresentação, a 04 de Junho de 2010, o jovem técnico disse saber o que pretendiam dele e «como atingir esse sucesso» e levou as palavras à prática, conquistando a Liga Europa, a Liga portuguesa, a Taça de Portugal e a Supertaça.

Villas-Boas conseguiu os títulos e fê-lo com grande futebol e enorme autoridade, merecendo destaque o campeonato invicto, com 27 vitórias e míseros três empates – melhor só o Benfica de 1972/73 (28 triunfos e dois empates).

Para a história entrou também o sensacional percurso na Liga Europa, com 14 vitórias em 17 jogos e 44 golos, bem como quatro triunfos sobre o Benfica, entre eles um 5-0 caseiro, um 2-1 na Luz que selou o título e um 3-1 também na casa dos “encarnados”, para a Taça, após um 0-2 caseiro.

Foi uma temporada épica para o sócio e adepto portista, que ambicionava «entrar para a história dos dragões» e conseguiu-o em apenas um ano.

André Villas-Boas prometeu continuar, mas o projecto Chelsea, ao qual um dia Mourinho também não resistiu, pesou mais, para um técnico que, verdadeiramente, só é treinador principal desde 2009/2010, quando assumiu a Académica.

Antes, Luís André Pina Cabral Villas-Boas havia comandado, com 23 anos, as Ilhas Virgens Britânicas, em dois jogos de qualificação para o Mundial, em 2000.

A sua carreira no futebol começou, porém, bem antes e logo no FC Porto, através do então vizinho Bobby Robson, em 1994, com apenas 17 anos.

Villas-Boas trabalhou com Robson e, posteriormente, passou para a equipa técnica de José Mourinho, que acompanhou no FC Porto, Chelsea e Inter de Milão.

A 13 de Outubro de 2009, Villas-Boas “desprendeu-se” de Mourinho e assumiu a Académica, que conseguiu manter na Liga, fazendo um trabalho suficientemente atractivo para despertar a cobiça de Sporting ou FC Porto.

O Estádio de Alvalade chegou a ser apontado como o seu destino, mas o jovem técnico acabou no Dragão, onde, em ano, tudo conquistou, excepto a Taça da Liga.