O presidente do Marítimo acusou hoje a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional de “branqueamento”, com a decisão de arquivar o processo no qual os insulares acusavam o FC Porto de aliciamento do avançado brasileiro Kléber.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Pereira não poupou a direcção do organismo, que no seu entender se mostra “indiferente” às decisões daquele órgão disciplinar.

“Houve branqueamento. A Comissão Disciplinar agiu como o sabão numa máquina de lavar. Como diz o anúncio publicitário de uma marca de sabão, ‘branco mais branco não há’ e foi isso mesmo que eles fizeram”, acusou o dirigente.

Carlos Pereira afirmou que esta situação leva o Marítimo a “perder toda a confiança nas instituições”.

“Não podemos pactuar com toda esta falta de seriedade das pessoas», desabafou o líder maritimista.

O processo do jogador chegou à Liga, depois de o Marítimo ter considerado que Kléber “foi aliciado pelo FC Porto”, no ano passado, durante a pré-época.

Então, o jogador recusou treinar, temendo uma lesão que inviabilizasse a transferência para o Dragão, tal como chegou a admitir publicamente, por diversas vezes.

Sem ter realizado a pré-época, o rendimento do avançado brasileiro foi afectado, até que em Janeiro passado, na reabertura do mercado, o jogador voltou a interiorizar a possibilidade de deixar o Marítimo, clube onde jogava por empréstimo do Atlético de Minas Gerais.

Nesse período, surgiu o Sporting a oferecer 2,5 milhões de euros pela compra do seu passe, proposta entretanto recusada pelo emblema brasileiro, alegando ter um compromisso com o FC Porto.

Face ao sucedido e fazendo valer uma cláusula no contrato de empréstimo, o Marítimo fez oferta idêntica à dos “leões”, também recusada pelo clube brasileiro, numa altura em que as relações entre os dois emblemas era tensa.

O avançado continuou na Madeira até ao final da época 2010/11, mas o Marítimo decidiu queixar-se na Liga e na FIFA, aguardando agora pelo desfecho do processo introduzido no organismo máximo.