O presidente do Sporting Godinho Lopes considera que a recente revalidação do empréstimo obrigacionista de 20 milhões de euros foi «vital para o clube» por ter permitido «canalizar verbas para reforçar a equipa de futebol».

«Poderíamos ter alavancado dinheiro para pagar o anterior empréstimo obrigacionista cujo prazo chegou ao fim, mas nesse caso não teríamos reestruturado a equipa de futebol como estamos a fazer», disse o presidente dos “leões”, em entrevista à Agência Lusa, na qual faz um balanço dos primeiros 100 dias do seu mandato.

Para o presidente leonino «não faz sentido, três meses depois de chegar ao clube, ter de pagar 18 milhões de euros» correspondente ao empréstimo obrigacionista que cessou, razão pela qual se decidiu revalidá-lo, no âmbito da reestruturação financeira, o que permitiu que o «dinheiro que se conseguiu arranjar servisse para comprar jogadores para a equipa de futebol».

Realçou o facto do Sporting ter um «problema complicado» em relação a empréstimos, que «ascendem a valores muito elevados», e considerou que, em função do empréstimo obrigacionista de 18 milhões, cuja taxa era «muito alta», «havia necessidade, independentemente de arranjar dinheiro para comprar jogadores, de reorganizar a dívida e reestruturar o passivo».

Godinho Lopes detectou «vários problemas na organização económico-financeira» do Sporting, um dos quais são os «cerca de 30 milhões de euros adiantados sobre futuras receitas», dando como exemplos as que provêm das «transmissões televisivas ou do contrato que o clube assinou com uma empresa de cervejas».

«São 30 milhões de euros adiantados de épocas seguintes. Ora, um clube que vende 50 milhões por ano e tem 30 milhões de receitas adiantadas não pode ter grande fôlego», conclui o presidente leonino, para quem existe ainda outro problema grave, que são os «cerca de 12,8 milhões de euros de encargos financeiros».

Constatando o facto de o Sporting vender anualmente cerca de 50 milhões de euros e ter 12,8 milhões de encargos financeiros, Godinho Lopes chama a atenção para o alcance desses números, que significam que o clube «tem quase 30 por cento de encargos financeiros sobre a venda e não amortiza capital», o que simplesmente «não existe».

O presidente leonino fez, ainda, um apelo aos «sócios, accionistas da SAD, adeptos e público em geral que gosta de fazer bons investimentos», para aderirem a este quarto empréstimo obrigacionista, cujo período de oferta pública de subscrição decorrerá entre 27 de Junho e 19 de Julho, por se tratar de «uma boa aplicação financeira» e considerando que o Sporting «honrou sempre os pagamentos nos três anteriores empréstimos».

De resto, Godinho Lopes informou que a resposta tem sido «muito razoável» nos primeiros três dias do empréstimo em curso, que termina a 22 de Novembro de 2014, e «muito melhor» comparativamente ao empréstimo anterior.