O presidente do Sporting revelou este domingo que José Couceiro «não podia manter as funções» que tinha por «chocarem com as de Luís Duqu»” e que a ameaça deste se demitir não existiu, considerando-a uma «casca de banana».

«Eu não podia dizer a José Couceiro para manter as funções contratadas pelo anterior presidente porque, a ser assim, seria ele a articular as coisas directamente comigo e quem o faz é Luís Duque», explicou Godinho Lopes, em entrevista à Agência Lusa, na qual faz um balanço dos primeiros 100 dias do seu mandato.

Questionado sobre se não era mais do que previsível durante a campanha eleitoral esse «choque de funções» entre ambos, admitiu que «teve a percepção que isso poderia acontecer», mas acreditou que Couceiro, que é uma «pessoa válida», pudesse «exercer outras funções», mas isso implicaria integrá-lo nos «quadros disponíveis», o que «só dependia dele próprio» aceitar ou não.

«O Carlos Freitas é o director-geral do futebol, estando dependente de Luís Duque, e José Couceiro ficaria a exercer uma função integrada na formação», referiu o presidente leonino, que confirmou «ter pago uma indemnização» a Couceiro, como «constava do contrato», montante esse do qual o ex-director geral «abdicou de uma parte».

Sem confirmar que o valor de rescisão previsto no contrato ascendia a 400 mil euros, Godinho Lopes negou que Couceiro tivesse sido convidado para o lugar de Pedro Mil-Homens como director da Academia.

Quanto à pública e ruidosa ameaça de demissão protagonizada por Luís Duque, Godinho Lopes, questionado se a mesma tinha tido a ver com entraves de José Filipe Nobre Guedes, responsável pelas finanças, à disponibilidade de verbas para aquisições, negou-o com veemência.

«Se por qualquer motivo verificasse que não era capaz de reunir as condições que estabeleci para ser presidente do Sporting, ia-me embora. Sou uma pessoa de palavra, sempre a tive na minha vida e não ia hipotecá-la no Sporting», replicou Godinho Lopes, para quem a alegada «ameaça de demissão» de Luís Duque não passou de uma «casca de banana».

O presidente leonino remete para o actual “homem-forte” do futebol a resposta a essa pergunta, mas conta ter sido «apanhado de surpresa» com a notícia de um sítio na Internet de um jornal desportivo, dando conta dessa alegada intenção.

«Tinha uma reunião marcada com Luís Duque na segunda-feira mas, no domingo, tendo em conta os telefonemas que recebi sobre esse tema, liguei-lhe a perguntar se havia alguma coisa e ele disse-me que não havia nada», contou Godinho Lopes, para quem, «a haver algo, Luís Duque teria de lhe dizer porquê», o que o deixaria «muito surpreendido».

Por isso, Godinho Lopes prefere encarar esse episódio como um “fait divers” que surgiu instigado, quiçá, por aqueles que durante a campanha disseram que ele «andava a juntar os cacos para se poder candidatar».