Os 16 clubes da Liga de futebol 2011/12 são todos treinados por portugueses, cada vez mais jovens, numa tendência espelhada também nas mudanças técnicas de FC Porto e Sporting, enquanto o Benfica mantém o decano Jorge Jesus.

Com os resultados de mérito internacional dos treinadores lusos – André Villas Boas sucedeu a José Mourinho na conquista de títulos europeus – as equipas voltam a apostar no cada vez mais valioso mercado nacional, com crescente tendência exportadora, uma vez que tem revelado “mestres” à altura da arte dos melhores futebolistas.

A geração de treinadores na casa dos 50 e 60 anos tem seguido carreiras internacionais em países com superior capacidade financeira, enquanto em Portugal, os clubes apostam em técnicos mais jovens (média de idades de 42 anos) e baratos, mas cada vez mais qualificados.

Jorge Jesus (57 anos) continua a ser o mais velho da Liga e, juntamente com Carlos Brito (47), compõe a dupla de treinadores mais “antiga” em funções nos respetivos clubes, pois ambos iniciam já a terceira época consecutiva.

O rejuvenescimento dos treinadores tem sido de tal ordem que o técnico do Benfica podia mesmo ser “pai”, na maioridade, de cinco dos seus colegas mais novos, casos de Ivo Vieira (Nacional) e Bruno Ribeiro (Vitória de Setúbal), ambos com 35 anos, Pedro Emanuel (Académica), com 36, Leonardo Jardim (Sporting de Braga), com 37, e Rui Bento (Beira-Mar), com 39.

Villas-Boas, o antigo benjamim da Liga, rumou, aos 33 anos, ao Chelsea deixando o FC Porto coroado de êxitos – Liga Europa, campeão nacional, vencedor da Taça de Portugal e Supertaça Cândido de Oliveira – e uma herança pesada para o seu adjunto Vítor Pereira, que, uma década mais velho, assume o desafio mais importante da vida desportiva.

Munido de curso superior na área do desporto, começou a carreira em 2004 na Sanjoanense, passou pelo Sporting de Espinho, Santa Clara e foi adjunto do FC Porto na época passada: este ano é o timoneiro do clube nacional mais bem sucedido desportivamente das últimas décadas.

O Benfica apostou na continuidade de Jorge Jesus (começou a carreira em 1990 no Amora), que foi campeão no seu primeiro ano na Luz (2009/10), tendo ainda conquistado a Taça da Liga nestas duas últimas épocas.

O Sporting foi buscar Domingos Paciência ao Sporting de Braga (levou os “minhotos” à final da Liga Europa e bateu um conjunto de recordes internos do clube), com o objetivo de levar os “leões” novamente à luta pelo título.

A contratação de Domingos abriu caminho ao promissor Leonardo Jardim, que chega a Braga com a áurea de um dos treinadores de futuro em Portugal (já tinha merecido elogios públicos de Pinto da Costa), depois de trabalhos meritórios no Camacha, Desportivo de Chaves e Beira-Mar.

Esta época marca ainda a emancipação de Pedro Emanuel, o antigo central campeão por FC Porto e Boavista que vai orientar a Académica, depois de treinar uma época os sub-17 dos “dragões” e ser adjunto da equipa sénior conquistadora da temporada passada.

O treinador do Feirense, Quim Machado, também ex-jogador, protagoniza a outra estreia absoluta na Liga.

Dos 16 treinadores, apenas quatro não tiveram “carreira” de futebolistas, os “doutores” Manuel Machado (praticou andebol), Daúto Faquirá, Leonardo Jardim (jogou temporariamente nos distritais) e Pedro Caixinha, que também foi forcado.