O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre, disse hoje lamentar «profundamente» a agressão ao árbitro de futebol Pedro Proença, considerando ato «muito grave».

«Além das evidentes consequências humanas e profissionais para Pedro Proença, a agressão em causa pode contribuir para afastar mais espetadores dos estádios e desmotivar muitos jovens de escolher ou prosseguir uma carreira de árbitros, com os problemas que isso pode encerrar para o futuro do futebol português», afirmou o governante, em comunicado.

Alexandre Mestre sublinhou que «o desporto, em geral, e o futebol, em particular, devem ser uma festa, antes, durante e depois do evento em concreto», aludindo à Carta Olímpica, que defende que o desporto deve ser colocado «ao serviço do desenvolvimento harmonioso do Homem em vista de promover uma sociedade pacífica preocupada com a preservação da dignidade humana».

Nesse sentido, o secretário de Estado entende que «a Ética do desporto passa pois pela erradicação de fenómenos de violência no terreno de jogo – a violência no desporto – e de violência em resultado do que ocorre no terreno de jogo – a violência associada ao desporto», sublinhando tratar-se de «um papel do Estado – por imperativo da Constituição da República Portuguesa - mas também da sociedade civil, direta ou indiretamente relacionada com o desporto».

«Cada um, por si, deve assumir as suas responsabilidades e todos rumarem na mesma direção. O Estado continuará a fazer por cumprir a sua parte», rematou o governante.

Pedro Proença, considerado o melhor árbitro da época passada, foi agredido na segunda-feira com uma cabeçada no Centro Comercial Colombo, quando se preparava para jantar, depois de terminar o treino de ginásio, tendo sofrido ferimentos na boca e partido dois dentes.

Devido aos ferimentos sofridos, Pedro Proença, que domingo dirigiu o encontro da Supertaça, entre o FC Porto e o Vitória de Guimarães, não poderá arbitrar na primeira jornada da Liga no próximo fim-de-semana, nem dos “playoffs” da Liga Europa ou da Liga dos Campeões.

Segundo a PSP, que elaborou o auto de notícia, o incidente ocorreu às 21:00 e o agressor foi identificado, afirmando «ser adepto e sócio de um clube», que a polícia se escusou a revelar.