Pedro Baltazar considerou hoje que «não resta ao presidente da Comissão Disciplinar da Liga, Vítor Pereira, alternativa senão demitir-se e pedir desculpa ao Sporting» na sequência do caso João Ferreira. 

«Depois da demonstração que deu de falta de liderança na classe que representa, a juntar à má gestão que faz das suas intervenções e das nomeações, de que é exemplo flagrante a escolha de João Ferreira para apitar o Beira-Mar-Sporting, não tem mais condições para continuar à frente da comissão de arbitragem da Liga», disse Pedro Baltazar, em declarações à agência Lusa.

Recordou que o Sporting «tem razões de queixa antigas de Vítor Pereira», por casos de arbitragem que «prejudicaram notoriamente o clube», e lamenta que a atual direção «não tenha adotado uma das medidas» que o próprio Pedro Baltazar preconizou durante a campanha eleitoral, que era a de «incorporar na estrutura do futebol um ex-árbitro».

Face ao caso João Ferreira, Pedro Baltazar entende que a existência desse elemento na estrutura do futebol «poderia tê-lo evitado», elemento esse cuja função seria «estabelecer a ponte» entre o clube e a Comissão de Arbitragem e a organização que representa os árbitros. 

Quanto à tomada de posição pública do Sporting, corporizada por Godinho Lopes, na sequência da arbitragem de Carlos Xistra ao jogo da primeira jornada da Liga entre o Sporting e Olhanense, Pedro Baltazar disse concordar com a mesma.

«Penso que a direção tomou a posição que tinha de tomar, e no ‘timing’ certo, na medida em que houve erros graves do árbitro que influenciaram a verdade desportiva», disse o ex-candidato à presidência leonina, elogiando, também, «as afirmações do diretor geral para o futebol Carlos Freitas» sobre o caso.

Por outro lado, Pedro Baltazar qualificou a escusa de João Ferreira para apitar o Beira-Mar-Sporting e a solidariedade corporativa dos seus colegas como «inesperada e criticável», considerando que «os árbitros não estão acima da crítica».

«Uma coisa são os termos em que a crítica é feita, termos esses que devem ser os adequados, outra coisa é não se poder criticar o trabalho dos árbitros. Era só o que faltava», disse Pedro Baltazar, entendendo que as críticas de Godinho Lopes se enquadraram dentro de «parâmetros corretos».