O presidente do Marítimo afirmou hoje que o clube está a estudar juridicamente a hipótese de «impugnar» a decisão do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), no caso Kléber.

O CJ decidiu indeferir um recurso apresentado pelos insulares relativamente ao caso do avançado brasileiro, que se transferiu para o FC Porto.

«A decisão é surpreendente e contraria os regulamentos da FIFA, por isso não a aceitamos e estamos agora a estudar juridicamente a situação, de modo a impugnar a decisão», explicou Carlos Pereira.

O líder do clube madeirense não entende a decisão: «Não compreendemos como é que olham apenas para o clube (Atlético Mineiro) a quem pertencia o jogador e descuram o Marítimo, que era a entidade com quem o Kléber tinha um vínculo contratual».

Em acórdão datado de 30 de agosto, a que a Agência Lusa teve acesso, o CJ decidiu manter a deliberação da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que em junho passado já tinha mandado arquivar o processo de inquérito instaurado na sequência da queixa do Marítimo, e da qual o clube do Funchal recorreu.

O CJ entende que não houve violação dos regulamentos por parte do FC Porto, uma vez que Kléber estava emprestado pelo Atlético Mineiro ao Marítimo e que os direitos económicos do jogador pertenciam ao clube brasileiro, com quem os portistas negociaram a transferência.

Cedido ao Marítimo nas época 2009/10 e 2010/11, Kléber teve conhecimento do interesse do FC Porto em junho de 2010 e ter-se-á recusado a treinar durante o estágio da pré-temporada da equipa madeirense, o que lhe valeu um processo disciplinar e afastamento do plantel.

O processo negocial envolvendo os três clubes arrastou-se e a transferência acabou por não se efetivar nesse período, ficando o jogador mais uma época no Marítimo, antes de se transferir em definitivo para o FC Porto no início da presente temporada.