O “clássico” futebolístico entre FC Porto e Benfica, pelas emoções, história e rivalidade que envolve, tem sido fértil em incidentes nas últimas épocas e por isso mesmo merece “tolerância zero” pelas forças policiais.

Portistas e benfiquistas defrontam-se sexta-feira, para a sexta jornada da Liga, no Dragão, em jogo que define a liderança, já que opõe os dois primeiros classificados, irmanados com o mesmo número de pontos.

Intimamente associadas ao jogo estão já as “clássicas” bolas de golfe, que os elementos das claques fazem entrar no recinto com o intuito de as arremessar aos jogadores adversários.

Na última época, no jogo disputado a 07 de novembro, no Dragão, da 10.ª jornada da Liga, foram várias as bolas de golfe atiradas para o relvado, tendo o guarda-redes Roberto (Benfica) sido um dos alvos preferidos.

Já com o FC Porto a vencer por 3-0, com um golo de Varela e dois do colombiano Falcao, Roberto foi atingido nas costas, no início da segunda parte, por uma das muitas bolas arremessadas.

O árbitro Pedro Proença recolheu e entregou posteriormente a bola de golfe ao quarto árbitro, Rui Silva, resultando do respetivo relatório a multa de 2.500 euros por parte da Comissão Disciplinar.

A goleada por 5-0 imposta pelos “dragões” - Hulk marcou por duas vezes na segunda parte - custou ainda mais 1.400 euros por comportamento incorreto reincidente por parte do público e 300 euros pela falta da bandeira do Benfica.

A reação do FC Porto ao Benfica ficou ainda marcada, para além do arremesso das bolas de golfe, a exemplo da época anterior, com a presença de um frango a passear nas imediações da baliza de Roberto.

Já antes do início do jogo, o autocarro do Benfica tinha sido alvo do arremesso de pedras e bolas de golfe quando se dirigia para o Estádio do Dragão, tendo daí resultado a quebra do vidro frontal superior.

Por seu lado, os adeptos do Benfica que viajaram de Lisboa foram escoltados pela Policia durante o percurso entre a estação de caminho-de-ferro de Campanha e o estádio, cumprido a pé, e foram alvo do arremesso de algumas pedras e bolas de golfe.

As autoridades procederam à detenção de dois adeptos antes do “clássico” e o Tribunal de Instrução Criminal do Porto determinou a apresentação periódica a um dos envolvidos no arremesso de objetos e posse de material pirotécnico.

A questão do arremesso de objetos dentro dos estádios levou mesmo o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Fernando Gomes, a propor a interdição imediata do recinto em que tal se verifique.

Fernando Gomes propôs a interdição imediata do estádio ou a realização de um a três jogos à porta fechada e multa para os casos em que daquele ato resulte uma interrupção do jogo superior a cinco minutos.

Esta proposta, apresentada em junho e que teve bom acolhimento junto dos clubes, só deverá entrar em vigor na próxima época, dado que ainda terá que ser ratificada em assembleia-geral pela FPF.

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