Este fim-de-semana será marcado por um dérbi entre Benfica e Sporting no estádio da Luz com os dois clubes a estarem apenas separados por um ponto e a discutir a liderança da prova. Mas as particularidades deste dérbi não ficam por aqui, este jogo ficará marcado pelo facto de ser o dérbi português mais "estrangeiro de sempre".

Olhando para as habituais equipas titulares apresentadas por Domingos Paciência e Jorge Jesus, e tendo em conta os lesionados, deveremos ter apenas quatro portugueses em campo. Rui Patrício, João Pereira, André Santos ou Daniel Carriço, do lado do Sporting, e Miguel Vítor (uma incógnita) do lado Benfica.

Lembrando os dérbis entre estas duas equipas nos últimos dez anos, a média de portugueses em campo – entre titulares e suplentes utilizados – foi de 14,7.

O ponto mais alto ocorreu em 2003/04 quando no estádio da Luz, o Sporting venceu o Benfica por 3-1, e eram vinte os jogadores de nacionalidade portuguesa no relvado.

As políticas de contratações mudaram consideravelmente (Fernando Santos)

Fernando Santos era o treinador dos leões na altura e, em entrevista ao SAPO Desporto, lembra que nos últimos anos a estratégia das equipas mudou consideravelmente.

«O Sporting dessa época apostava essencialmente na formação e tinha vários jogadores jovens portugueses. O Benfica apostava menos mas também contratava portugueses. Agora os clubes têm uma política de contratações diferente e talvez haja menos “mão-de-obra” de qualidade como havia naquela altura».

Enquanto selecionador da Grécia, Fernando Santos olha para esta questão de forma algo apreensiva.

«É um problema que a maior parte dos selecionadores enfrentam à exceção de Espanha, Itália e Alemanha. Países como Portugal e Grécia enfrentam esse problema porque as melhores equipas atuam com jogadores estrangeiros. É mais difícil para os selecionadores, mas compete-nos tentar ultrapassar estas dificuldades».

No que diz respeito ao jogo do próximo fim-de-semana, o treinador, que já passou pelos dois clubes, antevê um jogo aberto entre duas equipas que procurarão o triunfo.

«Será um jogo tático em que as duas equipas vão querer ganhar. As duas formações estão muito perto, uma da outra, e não têm nada a perder. Logo, a probabilidade de haver risco por parte das duas equipas será maior. Será um jogo de muitas emoções e de grande intensidade», concluiu o técnico.

Se tivesse de apostar no “Totobola”, Fernando Santos arriscaria na vitória encarnada pelo fator casa.