Os títulos da Liga portuguesa, Taça de Portugal, Supertaça e Liga Europa pintaram de “azul e branco” o ano de 2011 do futebol luso, com o FC Porto a falhar apenas a conquista de dois troféus.

A Taça da Liga, troféu que tem sido menosprezado pelos “dragões”, e a Supertaça europeia, frente ao todo-poderoso FC Barcelona (2-0), foram os únicos títulos que fugiram ao clube portuense.

O jovem André Villas-Boas, de 33 anos e antigo adjunto de José Mourinho, foi uma aposta de risco do presidente Pinto da Costa que acabou por se revelar acertada, com a conquista do “triplete” – Liga portuguesa, Taça de Portugal e Liga Europa de 2010/11, que juntou à Supertaça nacional de 2009/10.

Contudo, Villas-Boas, que dizia estar na sua «cadeira de sonho», “fugiu” para o Chelsea, seguindo as pegadas do seu mentor, e deixou o barco “azul e branco” entregue ao ex-adjunto Vítor Pereira, já bastante contestado pelos adeptos, apesar da conquista da Supertaça Cândido de Oliveira de 2010/11.

A época ficou ainda marcada pela primeira final europeia com duas equipas portuguesas, entre FC Porto e Sporting de Braga, que tinha eliminado outro emblema luso nas meias-finais, o Benfica.

A final da Liga Europa, em Dublin, foi decidida pelo colombiano Radamel Falcao, que se tornou o jogador com mais golos numa edição de uma competição europeia e protagonizou a mais cara transferência nacional do defeso.

Falcao saiu para o Atlético de Madrid por 40 milhões de euros, num pacote que também englobou o pagamento de cinco milhões por Ruben Micael.

Depois de um 2010 quase perfeito, o Benfica teve um ano “salvo” apenas pela conquista da Taça da Liga, enquanto o Sporting concluiu a época num muito sofrido terceiro lugar, mas com umas polémicas eleições, que tiveram o condão de alterar o modelo do futebol “leonino”.

Godinho Lopes derrotou Bruno de Carvalho, mas o escrutínio ficou marcado por cenas de violência e por uma polémica contagem de votos. A nova liderança alterou o paradigma do futebol “leonino”, com um claro abrandamento na aposta na formação e um forte investimento no mercado de transferências, contratando 16 jogadores, nos quais gastou cerca de 30 milhões de euros.

O ano de 2011 ficou ainda marcado pelo regresso de Portugal aos grandes palcos do futebol jovem, com a “equipas das quinas” a regressar 20 anos depois a uma final de um mundial de Sub-20.

Num país em que a formação não tem mostrado grande competitividade, Ilídio Vale conseguiu o “milagre” de levar Portugal a vice-campeão do Mundo, caindo apenas no prolongamento da final frente ao Brasil.

Numa equipa sem grandes estrelas, sobressaíram o avançado Nelson Oliveira, segundo melhor marcador e jogador do Mundial, e Mika, o melhor guarda-redes.

A seleção AA também conseguiu a qualificação para a sétima competição internacional consecutiva, mas voltou a necessitar de recorrer ao “play-off” para garantir a presença no Euro2012, a disputar na Polónia e na Ucrânia.

A única derrota oficial de Paulo Bento, frente à Dinamarca, empurrou Portugal para a repescagem, na qual reencontrou a Bósnia-Herzegovina – como já acontecera no “play-off” para o Mundial2010 –, que eliminou com um nulo em Zenica e uma goleada na Luz (6-2).