Mário Figueiredo quer chegar à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para a tornar mais rica e competitiva, gerando maiores receitas e redistribuindo-as de forma a permitir o crescimento dos clubes mais pequenos.

«O todo é sempre maior que a soma das partes. Não é tirar a uns para dar aos outros. Cortando incentivos aos clubes de topo, matamos o futebol português. A ideia é maximizar o bolo das receitas TV e publicidade, não tirar a uns para dar aos outros. Para que os pequenos sejam mais competitivos e com isso trazerem mais emoção à Liga», resumiu o candidato.

O advogado especialista em direito desportivo e do futebol «em particular», acrescenta: «Isso traz melhor futebol, sendo assim mais fácil vendê-lo a outros mercados, algo que não temos feito. Em Portugal, vendemos jogadores, mas não os jogos de futebol, ao contrário das grandes Ligas. E é com as receitas dos jogos exibidos no estrangeiro que compram os jogadores».

Mário Figueiredo quer levar a Liga portuguesa para mercados como Angola, Brasil, Índia e Macau, «que pode ser a entrada para a China», e também para zonas de grande emigração portuguesa como a França, Suíça, Venezuela ou África do Sul.

O candidato defende os "princípios de solidariedade" dos maiores para os mais pequenos: ainda assim, garante que os próprios clubes "grandes" têm maiores benefícios a médio/longo prazo com uma negociação coletiva dos direitos de transmissões televisivas, desafiando-os a olhar para essa oportunidade.

Outra das formas de melhorar o espetáculo e continuar o crescimento do negócio futebol é devolver à Liga a competição em formato de 18 clubes, recuperando os dois perdidos nas últimas épocas.

«Foi totalmente errada a decisão de reduzir», vincou, antes de reforçar o «objetivo central» da sua candidatura: «Maximizar o valor económico da indústria futebol profissional para um patamar que permita aumentar a capacidade competitiva de todos os clubes, aumentando também as receitas diretas e indiretas».

Mário Figueiredo quer proteger o futebolista português «através de discriminação positiva», encontrando mecanismos que favoreçam e estimulem a presença dos jovens lusos nas equipas de futebol: «Não se pode limitar a `importação' de jogadores estrangeiros, mas queremos privilegiar os nacionais».

Em seu entender, também «é urgente ajustar os quadros competitivos da Liga de Honra», escalão que deseja ver como principal potenciador da "formação", preferencialmente com atletas lusos.

O candidato deseja ainda explorar melhor a comercialização dos eventos da Liga, incluindo «a promoção do bingo online».

«E queremos reivindicar do governo a implementação de um sistema de licenciamento das apostas online, de forma a canalizar para o país um conjunto de receitas que lhe têm fugido e são devidas aos clubes de futebol», acrescentou.

Foi igualmente lançada a ideia da «criação de um fundo de apoio transitório para efeito de almofada dos clubes que descem de divisão, atenuando os efeitos catastróficos que essa perda desportiva acarreta».

Mário Figueiredo, que insistiu na ideia de uma «Liga sustentável, autónoma e internacionalizada», deseja ainda «aprofundar o relacionamento institucional com a federação», potenciando no futuro «um futebol português mais forte».

«Não me candidato ao serviço de qualquer partido político. Defendo que o futebol deve ser independente. Não tenho outro interesse que não os interesses de todos os clubes da Liga. Com espírito de solidariedade», resumiu Mário Figueiredo.

O candidato diz conhecer muito bem «os problemas, forças e oportunidades da Liga», bem como «os lamentos continuados e ignorados dos clubes do fundo da tabela e da Liga de Honra».