A presidente interina da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) alertou hoje para os «efeitos catastróficos» do aumento do preço do policiamento dos jogos, juntamente com o aumento do IVA dos bilhetes, que poderão afastar público dos estádios.

Andreia Couto, diretora-executiva do organismo e mais alta responsável até às eleições de 12 janeiro, mostrou-se «disponível» para estudar a situação, apontando caminho à revisão do atual regime de policiamento desportivo, após reunião com o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, na qual foi informada do aumento, em agosto próximo, dos atuais 19 euros para 28 por cada agente destacado.

«Este aumento de custos na organização de jogos, acrescidos do aumento da tributação dos bilhetes, terão efeitos catastróficos para os clubes das competições profissionais», disse.

A presidente interina da Liga de clubes adiantou que do encontro surgiu a «conclusão de que a legislação atual e o regime de policiamento desportivo, que não é alterado desde 1992, e o de assistentes de recinto desporto, que não é alterado desde 2002, serão objeto de ponderação para que sejam adequados à atual realidade do futebol português».

«Estamos disponíveis para estudar a situação, analisar o atual regime e modificar a atual realidade, nomeadamente nas definições de jogos de risco elevado e na quantidade de efetivos que não será necessária em determinadas circunstâncias, mas não podemos aceitar o onerar dos clubes, tendo em conta esta fase de conjuntura económica bastante difícil», continuou.

A responsável deu exemplos de partidas de futebol com 4028 espetadores e 100 efetivos policiais ou cerca de 2000 adeptos e 75 membros das forças de segurança.

«Isto, em última instância, fará afastar os adeptos dos estádios de futebol. As pessoas já tem dificuldades financeiras para pagar um bilhete num espetáculo desportivo e, acrescidos estes encargos, obviamente que poderá provocar esse afastamento dos estádios de futebol», afirmou.

Andreia Couto preferiu não comentar a notícia avançada pelo jornal Público sobre as imagens instaladas no túnel de acesso ao balneário visitante no Estádio José Alvalade, a ser utilizado sábado pelo rival FC Porto, na 14.ª ronda da Liga.

«O papel do dirigente é não criar polémicas e tentar que o campeonato decorra na maior normalidade e estabilidade, sem alimentar essas polémicas e sem fazer comentários. O futebol é dos adeptos, jogadores e treinadores», concluiu.