Manuel Pinto Brasil assumiu hoje que vai voltar a candidatar-se à liderança do Vitória de Guimarães e disse defender a constituição de uma sociedade desportiva unipessoal por quotas (SDUQ) e não uma sociedade anónima desportiva (SAD).

O empresário vimaranense, que perdeu nas últimas eleições, em março de 2010, com o atual presidente vitoriano, Emílio Macedo da Silva, quer pôr em prática um «projeto diferente e com maior ambição desportiva», frisando que esta será a última vez que será candidato.

Sobre uma das questões do momento no Vitória de Guimarães, Pinto Brasil defendeu que «há mais vida para além das SAD».

«A SAD é uma velha questão que vem desde 1997 e sem ela o Vitória já vive há 14 anos e com elas outros clubes morreram. Quem defende a sua constituição são aqueles que não souberam gerir o clube e são responsáveis pela atual situação em que se encontra», afirmou.

Pinto Brasil fez referência a uma nova lei que está a ser preparada «que propõe duas opções de sociedades desportivas para os clubes que pretendam disputar competições profissionais», mas «é falso que obrigue à constituição de uma SAD como parece fazer crer a atual direção», sendo possível também criar uma SDUQ.

«Nas SAD os clubes são obrigados a deter o mínimo de 10 por cento do capital social. Na SDUQ, o clube detém obrigatoriamente 100 por cento do capital social, ou seja, a sociedade pertence exclusivamente ao clube», explicou.

Segundo Pinto Brasil, com uma SAD há o «sério risco de se perder o clube e de nem sequer se saber a quem passa a pertencer», sendo mesmo possível que «encapotadamente, os inimigos possam ser donos da SAD, até o atual presidente, em sociedade com o seu irmão».

Prometeu que «não haverá vazio de poder se esta direção sair pelo seu próprio pé já hoje, conforme é vontade dos sócios», considerando ainda que «a própria equipa [de futebol] arrasta-se em exibições medíocres».

Pinto Brasil apontou «falta de credibilidade e de seriedade» aos atuais dirigentes, que na sua opinião estão no clube apenas para «satisfazer os seus interesses pessoais».

«Não estão à altura do Vitória e revelam uma incompetência atroz. Basta de amadorismo e de tentativas disfarçadas de ir vendendo o Vitória a retalho, basta de permitir que continue a caminhar para o descalabro, basta de gestão ruinosa do clube», concluiu.