A direção demissionária do Vitória de Guimarães vai continuar a gerir o clube até à tomada de posse dos novos corpos gerentes, mas está proibida de fazer qualquer negócio sem o acordo dos restantes órgãos sociais.

O presidente da Mesa da Assembleia-Geral (AG), João Cardoso, revelou hoje em conferência de imprensa que, com o acordo de todos os órgãos sociais, a gestão corrente continua a ser assegurada pela atual direção até à tomada de posse dos novos corpos gerentes – após as eleições marcadas para 31 de março -, mas «será balizada por dois princípios básicos».

«A direção está proibida de fazer qualquer contrato que acarrete custos futuros, e qualquer negócio que possa surgir, como a eventual venda de ativos que mereça ser validada e decidida, sê-lo-á sempre com o acordo dos presidentes dos vários órgãos sociais, sendo lavrada ata para esse efeito, onde deverão constar os montantes e o destino do produto dele resultante», explicou.

O Conselho Fiscal (CF) do Vitória de Guimarães foi o único órgão social que não se demitiu, o que mereceu duras críticas do presidente da Mesa da Assembleia-Geral (AG), João Cardoso.

«Julgo que é mais um caso médico, porque depois de todos os órgãos sociais terem acordado [renunciar ao mandato], fomos surpreendidos por esse comunicado. É um caso clínico de análise», afirmou João Cardoso.

O dirigente elencou o passado recente de «turbulência» no clube e destacou a AG de outubro, em que as contas de 2010/11 foram chumbadas, como o «marco de rutura» entre a direção e os associados.

Contudo, houve uma «esperança» que «foi unindo» o universo vitoriano: «a promessa da direção em encontrar meios financeiros para devolver a estabilidade financeira e social e que passava pela criação de um fundo de investimentos de jogadores do Vitória até ao final de janeiro».

João Cardoso explicou que, dado o insucesso nesse objetivo, que «não se deveu à falta de esforços e empenho da direção», mas a «fatores internos do banco de investimento que gere o fundo em questão», Macedo da Silva e a sua direção apresentaram unanimemente a sua demissão.

«Como não tinham outras soluções que permitissem a curto prazo a resolução dos problema e perante o clima de permanente contestação do Vitória, reconheceu não reunir as condições de serenidade e confiança indispensáveis ao bom exercício do seu mandato até ao final», precisou.

João Cardoso anunciou ainda que o Vitória de Guimarães vai a votos no dia 31 de março, data em que se realizará uma AG eleitoral, e que as candidaturas terão que ser entregues até à meia-noite de 01 de março.

Luís Cirilo, Pinto Brasil e Luís Freitas já assumiram publicamente a intenção de se candidatarem à presidência do clube vimaranense.

O Vitória de Guimarães é sexto classificado da Liga de futebol, mas já foi eliminado da Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga, continuando com o relatório e contas de 2010/11, chumbado em AG em finais de outubro pelos sócios, por aprovar, situação que só será normalizada já na vigência da nova direção.