O antigo futebolista Abel Xavier admitiu hoje que «o racismo faz parte da sociedade» e usou o “slogan” «lutem por aquilo que nos une e não por aquilo que nos separa» no lançamento de uma iniciativa do sindicato dos jogadores.

O embaixador da 9.ª Semana Contra a Violência e o Racismo do Desporto, que falava na cerimónia de assinatura de um memorando de entendimento promovido pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), pediu ainda aos signatários respeito pela «integração social» para um «Mundo mais solidário».

O memorando foi rubricado por representantes do SJPF, Federação Portuguesa de Futebol, Câmara Municipal de Lisboa (CML), das associações nacionais de treinadores e árbitros de futebol e ainda dos três jornais diários desportivos nacionais (A Bola, Record e O Jogo).

Nas curtas intervenções foi unânime a rejeição do fenómeno da violência e racismo no futebol, mas Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, justificou a iniciativa pelo dever de «responsabilidade social» do sindicato, num período em que comemora o seu 40.º aniversário.

O cenário do local da cerimónia, realizada numa tenda em forma de bola de futebol erguida na Praça do Martim Moniz, foi composto por alguns miúdos, mas muitos mais vão poder usufruir do pequeno parque de diversões montado a propósito da iniciativa.

Um castelo insuflável, um pequeno campo de relva sintética com balizas de andebol, além de várias tendas de apoio, foram colocados no centro da emblemática praça lisboeta para assinalar a iniciativa, que decorre entre os dias 24 de fevereiro e 2 de março.

A iniciativa do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol vai já na nona edição e apesar do tom unânime de repúdio por atos de racismo e xenofobia não passou em claro uma referência do vereador da CML Manuel Brito.

O responsável da edilidade da capital recordou a detenção de adeptos do Légia de Varsóvia esta semana no âmbito do encontro da Liga Europa com o Sporting, sublinhando que é para este tipo de ações de «neonazis, racistas e infiltrados» que todos devem estar «vigilantes».