O Desportivo das Aves, da Liga de Honra de futebol, é contra o alargamento da Liga sem descidas de divisão e espera que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vete a decisão.
«Não somos contra o alargamento, mas contra o alargamento nestes moldes porque, quer queiram ou não queiram, a verdade desportiva está posta em causa pelo facto de não descerem equipas», disse hoje à Agência Lusa o presidente avense, Armando Silva.
Para o dirigente, aliás, as alterações às regras nunca poderiam ser feitas com a época a decorrer, notando que «faltam apenas oito partidas para terminá-la».

O presidente do Desportivo das Aves, segundo classificado da Liga de Honra, espera agora «que a FPF tenha o bom senso de reprovar este sistema».

Armando Silva considera «super nefasto» o impacto económico que o alargamento da Liga principal vai ter na Liga de Honra, porque a empresa que detém os direitos de transmissão televisiva dos jogos, a Olivedesportos, «vai ter que dar mais cerca de quatro milhões de euros aos dois novos clubes», suspeitando que isso irá prejudicar os clubes da Liga de Honra que «reivindicam há muito tempo um aumento das receitas dos direitos televisivos».
O responsável até pode concordar que as equipas B dos "três grandes", assim como as do Sporting de Braga e Vitória de Guimarães, levarão mais espetadores aos estádios e ajudarão a aumentar as receitas, mas o argumento carece «de um estudo que o sustente».
Além disso, acrescentou, há os custos diretos e indiretos de haver mais seis equipas na Liga de Honra e, para o Aves, mais três grandes deslocações: duas a Lisboa (Sporting B e Benfica B) e uma à Madeira (Marítimo B).
«Prevemos gastar mais 50 mil euros por ano só por causa dessas deslocações, ao que temos que acrescentar, em casa, o policiamento, a manutenção com o estado do relvado que vai deteriorar-se mais, entre outros custos indiretos», disse.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional aprovou na segunda-feira, em Assembleia-Geral, o alargamento da Liga e Liga de Honra para 18 e 22 equipas, respetivamente, mas a decisão, que já mereceu críticas públicas de FC Porto, Sporting e Nacional, terá de ser ratificada pela FPF.