Mário Figueiredo convocou uma conferência de imprensa súbita para responder a Fernando Gomes, atual presidente da FPF e ex-dirigente da Liga de Clubes, que ontem manifestou-se estar contra o alargamento da I Liga sem descidas que, por sua vez, foi aprovada na passada segunda-feira pela maior parte dos clubes em Assembleia-Geral.
O presidente da Liga de Clubes, eleito em Janeiro, considerou «vergonhosa» a atitude de Fernando Gomes por ter divulgado o voto negativo na «praça pública».

«São temas que têm de ser discutidos internamente. É vergonhoso e uma falta de respeito que este assunto seja tratado na comunicação social numa reunião escondida, com temas que não constavam na agenda. É uma desconsideração para a Liga de Clubes. Se o presidente da FPF continuar nesta linha, vai ter um forte opositor deste lado», afirmou, esta sexta-feira, Mário Figueiredo no auditório da sede da Liga de Clubes no Porto.

Recorde-se que ontem teve lugar uma reunião da direção da FPF que serviria para discutir as dívidas dos clubes ao Estado relativas ao chamado Totonegócio mas onde também foi discutido, sem aviso prévio à Liga de Clubes, o alargamento da I Liga de 16 para 18 clubes.

«A Federação Portuguesa de Futebol diz não, de forma responsável, ponderada e convicta, à proposta votada na Liga de Clubes e que pretendia que, na prática, nenhum clube das competições profissionais descesse de divisão na presente época desportiva», disse Fernando Gomes, em conferência de imprensa, após a reunião,

Mário Figueiredo lembrou ainda que Fernando Gomes, na altura em que exercia funções na Liga de Clubes como presidente, foi o próprio a aprovar o alargamento da II Liga com a introdução de, no máximo, seis equipas B. 

«Isto foi aprovado em dezembro do ano passado. O presidente deve ter-se esquecido que foi ele mesmo a aprovar esta medida há cerca de três ou quatro meses numa assembleia-geral, poucos dias depois de ter ganho as eleições para a FPF. Ele fez aprovar um regulamento das equipas B e alargamento da II Liga», explicou.

«Fernando Gomes enquanto esteve sentado na Liga pensava de uma maneira, agora na cadeira da FPF pensa de outro forma», sublinhou. 

Mário Figueiredo explicou que todas estas decisões, de alargamento da I e II Liga, com ou sem descidas, ainda não foram aprovadas, até porque o contrato explica que a celebração deste acordo aconteceria apenas a 15 de maio. Até à data, os clubes ficariam na incógnita quanto à permanência no campeonato, o que levaria a que as equipas «continuariam sem saber se iriam ser repescados ou descer de divisão».