O candidato à presidência do Vitória de Guimarães Pinto Brasil, caso vença as eleições de 31 de março, tenciona fazer uma auditoria geral às contas do clube e, caso se justifique, responsabilizará criminalmente a direção demissionária.

A revelação foi feita hoje durante a apresentação oficial do programa da lista B pelo candidato a vice-presidente com o pelouro das finanças, Francisco Guise.

«Após esta direção tomar posse, temos a firme intenção de tomar conhecimento real da situação financeira do clube. Para tal far-se-á uma auditoria geral às contas por uma empresa reconhecida e independente e, se houver matéria para tal, faremos a responsabilização dos atuais órgãos sociais do clube», afirmou Guise, aludindo à direção demissionária liderada por Macedo da Silva.

Instado a precisar que tipo de responsabilização, o candidato respondeu que «este tipo de responsabilização tem de passar pela barra dos tribunais».

Guise revelou ainda a vontade de implementar mais «transparência na gestão» do clube e isso passará, entre outras coisas, por «implementar um código de conduta que impeça negócios entre dirigentes, funcionários e atletas com o clube».

Além disso, Guise quer ainda libertar ativos penhorados, porque «só assim o património é um ativo» e «renegociar todo o passivo com a banca, fisco e segurança social, quer em prazos quer em custos».

O candidato a presidente da mesa da Assembleia-Geral, Dias Pereira, explicou, por seu turno, que uma direção presidida por Pinto Brasil apenas avançará para a criação de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) se a tal for obrigada.

«Perante a legislação em vigor, não constituirá nenhuma sociedade desportiva. Só se o projeto de lei que obriga à constituição de uma sociedade desportiva para os clubes poderem competir nas provas profissionais for aprovado, aí e só aí, optaremos por uma SDUQ», frisou.

Nesse caso, o capital social será de 250 mil euros, o valor mínimo exigido, apenas para cumprir o requisito legal: «Não queremos atrair investidores por aí, SDUQ apenas se formos obrigados».

Já o candidato a vice-presidente para a área do futebol, António Coelho, revelou já estar traçado o perfil do diretor desportivo que pretende contratar para o Vitória, mas escusou-se a revelar nomes, apesar de existirem já algumas possibilidades.

Deixou uma "palavra" para o treinador Rui Vitória, «pelo bom trabalho que tem tido nesta fase difícil» e admitiu a sua continuidade, mas apenas no final da temporada será feita uma análise e tomada uma decisão.

Outra das intenções anunciadas passa pela criação de uma academia para ser a casa apenas do futebol, das camadas jovens até à equipa profissional.

De resto, do programa de Pinto Brasil ressalta a intenção da criação de uma fundação para as modalidades amadoras, de forma «a permitir que se continue com o regime de mecenato para as patrocinar».

Pinto Brasil revelou ainda que «está tudo muito bem encaminhado" na negociação com um banco para o empréstimo de cerca de três milhões de euros, «aquela primeira almofada» para fazer face aos compromissos urgentes que vai enfrentar nos primeiros meses.