O presidente do Sporting, Luís Godinho Lopes, lamentou hoje a falta de qualidade dos árbitros de futebol portugueses, assumindo que os "leões", quintos classificados da Liga, se sentem altamente lesados.

«O mais grave é sentirmos que estamos num desporto em que devemos pugnar pela verdade desportiva e aquilo que verificamos é que não há uma atitude isenta e de qualidade. Não estou a falar em dolo, em roubo, em corrupção, estou a falar de qualidade, que não existe neste interveniente (Bruno Paixão) para arbitrar seja qual jogo for deste campeonato», afirmou à Agência Lusa o presidente “leonino”.

Godinho Lopes classificou como «grave» o ocorrido no jogo entre Gil Vicente e Sporting, da 23,ª jornada, que terminou com o triunfo dos gilistas por 2-0, depois de o árbitro setubalense Bruno Paixão ter assinalado duas grandes penalidades a favor da formação de Barcelos e ter expulsado o holandês Schaars.

«É grave o que se passou, sentimo-nos altamente prejudicados e sentimos que é uma forma de conseguir a frustração de quem trabalha todos os dias para pugnar pela qualidade do futebol e do espetáculo, para oferecer à sua massa associativa o trabalho que resulta do investimento forte feito no futebol», reiterou o dirigente.

Questionado sobre a atitude a tomar pelo Sporting quanto à arbitragem de Bruno Paixão, Godinho Lopes recordou o ocorrido no início da temporada, nas vésperas do jogo no terreno do Beira-Mar, para equacionar a validade de todos os esforços desenvolvidos.

«Eu interrogo-me, porque afinal de contas, desde o primeiro dia, o Sporting procurou uma atitude construtiva e positiva, procurou apresentar um trabalho para que houvesse arbitragem profissional em Portugal, porque temos perfeita noção de que o espetáculo só é válido quando as três partes intervenientes têm qualidade. Fomos mal interpretados. Foi dito na altura que a nossa atitude era contra o árbitro João Ferreira, coisa que não faz sentido nenhum, nunca lhe apontámos o dedo», salientou o presidente do Sporting.

Segundo Godinho Lopes, antes da deslocação a Aveiro, o Sporting abordou «exclusivamente um trabalho para a melhoria da qualidade da arbitragem em Portugal».

«Houve uma atitude de mãos dadas contra o Sporting. Nós, a seguir, entendemos que não devíamos continuar a protestar, no sentido de não entenderem que não estávamos a tentar ser beneficiados, não é nada disso, estávamos preocupados com a qualidade final do espetáculo», explicou.

Manifestando-se satisfeito pela concentração dos poderes da arbitragem na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), para que se possa «apontar o dedo», o presidente do Sporting acrescentou ainda que o clube apresentou «exposições, gravações e pediu entrevistas pelas vias competentes», lamentando que o clube tenha continuado a ser prejudicado.

«Continua a haver uma atitude, que não entendemos como, de sermos arbitrados por árbitros que não têm a qualidade que o futebol merece e hoje, como a cereja em cima do bolo, é apresentada uma qualidade inqualificável, que prejudica, naturalmente, todo um trabalho feito durante uma semana. O que se passou hoje foi muito grave e o Sporting sente-se altamente lesado ao somar as arbitragens anteriores à arbitragem de hoje», sublinhou.

Após a derrota em Barcelos, a quinta como visitante na temporada, o Sporting caiu para a quinta posição da Liga, com 41 pontos, menos um do que o Marítimo, quarto, e a 14 de Benfica e Sporting de Braga, segundo e terceiro, e a 15 do líder FC Porto. O Gil Vicente ascendeu ao nono lugar, contando 26.