O secretário de Estado do Desporto e Juventude (SEJD), Alexandre Mestre, considerou esta quarta-feira lamentável e reprovável a divulgação na internet de dados pessoais de árbitros de futebol e entende ser essencial o apuramento de responsabilidades.

«Só posso lamentar e reprovar. Penso que os árbitros são agentes desportivos fundamentais, todos os jogadores e decisores merecem que lhes sejam concedidas condições técnicas mas também psíquicas e de segurança para exercerem a sua atividade que é fundamental», disse Alexandre Mestre, em declarações à agência Lusa.

O governante considerou que «estão a ser postos em causa alguns direitos individuais e de personalidade dos próprios árbitros, que são agentes desportivos decisivos», acrescentando: «Do ponto de vista da ética desportiva é reprovável e lamentável».

Alexandre Mestre, que participa em Vigo numa reunião com responsáveis da Junta da Galiza, afirmou ser necessário «apurar as responsabilidades e esperar que, de facto, esteja absolutamente salvaguardada a integridade física e psíquica dos árbitros, que são fundamentais».

Entretanto, fonte da FPF assegurou à Lusa que a informação disponibilizada na Internet «não saiu, garantidamente» do organismo que rege o futebol português.

O Diário de Notícias noticiou hoje que os dados pessoais dos árbitros das competições profissionais, como números de telefone, moradas, nome de familiares, números de contribuinte e números de contas bancárias, foram divulgados na Internet, a 17 de março, numa lista que continua disponível.

A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol já exigiu a retirada imediata dos dados da Internet e apresentou uma queixa na Polícia Judiciária, enquanto o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lamentou o «ataque grosseiro aos mais básicos direitos de cidadania».

Entretanto a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) abriu um processo de averiguações para apurar a forma como foi acedida e disponibilizada a informação na Internet.