O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Gustavo Sousa, admitiu hoje que alguns dos 25 “juízes” das competições profissionais portuguesas já receberam telefonemas anónimos, após a divulgação dos dados pessoais na Internet.

«Têm estado a chegar alguns dados sobre essa matéria [telefonemas anónimos], de qualquer maneira estamos a fazer um processo completo, com pessoas a trabalhar sobre isso. Mas, não é possível dizer caso a caso, nem interessa à APAF, nem aos árbitros dizer o que estamos fazer», afirmou Gustavo Sousa, em entrevista à agência Lusa.

O presidente da APAF garantiu que os 25 árbitros já foram aconselhados a alterarem, tanto quanto possível, os dados pessoais agora divulgados, entre os quais números de telefone, moradas, nome de familiares, números de contribuinte e números de contas bancárias.

«Já enviámos uma comunicação a todos os árbitros para tirarem esses dados que são agora públicos, para que os tentem tirar, o mais breve possível, do círculo deles, para que não sejam vítimas, como têm estado a ser, de telefonemas anónimos e coisas do género», explicou.

Gustavo Sousa disse ter tido conhecimento da divulgação desta informação na Internet na terça-feira, tendo, no mesmo dia, avançado com uma queixa junto da Polícia Judiciária (PJ), sobre o que considera uma «ofensa clara ao árbitro».

«Ontem [na terça-feira] já fomos fazer uma queixa na PJ, estamos a fazer o mesmo para a Proteção de Dados, a fim de resolvermos esta questão. Os árbitros estão ser vítimas de um grave e vergonhoso atentado à arbitragem e ao cidadão comum», frisou.

O presidente da APAF entende que a divulgação dos dados, hoje noticiada pelo Diário de Notícias, ultrapassa «o limite do aceitável» e exige a retirada imediata da informação.

«O que pretendemos é que se retirem imediatamente os dados da Internet, porque acho que são muito graves nestes meios sociais e para que as pessoas não possam ter acesso como estão a ter», referiu.

Além das manifestações de repúdio, por parte da própria APAF e da Comissão de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gustavo Sousa admite que esta exposição de privacidade será condenada pela generalidade das pessoas.

«Não se compreende que, para denegrir a imagem da arbitragem, se esteja a recorrer a estes métodos. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para sair desta situação, mas estou convencido de que as pessoas vão repudiar a situação por elas, porque também, se calhar, não gostavam de ver os seus dados divulgados», reconheceu.

Entretanto, a Comissão Nacional de Proteção de Dados anunciou a abertura de um processo de averiguações para apurar a forma como foi acedida e disponibilizada a informação na Internet, disponível desde 17 de março e que, até às 14h00, conta cerca de sete mil acessos.

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