O candidato às eleições do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, diz que se conseguir sanear as contas do clube, vai construir uma equipa de futebol capaz de, em quatro ou cinco anos, discutir o título nacional.

Para o líder da lista A, esta meta não representa qualquer precipitação.

«De modo algum. Não prometi que estaremos a lutar por títulos dentro desse prazo, mas sim que se formos capazes de construir este projeto, sanear as contas do Vitória, de captar os investidores com a ambição necessária, vamos construir uma equipa capaz de, em quatro ou cinco anos, discutir o título de campeão nacional», afirmou em entrevista à Agência Lusa.

Contudo, para isso tem que haver «estabilidade de governação», já que «uma casa não se constrói se estiver permanentemente em guerra e em convulsão», avisou.

Sobre o futuro diretor desportivo, disse já existirem «contactos feitos», mas o «processo ainda não está fechado».

Júlio Mendes elogiou ainda o treinador Rui Vitória - «tem feito um trabalho excecional num período dificílimo» -, mas não garantiu a sua continuidade.

«Tem dado provas de ser um homem de trabalho, que percebe como todo um projeto tem que funcionar, e ele é também um homem da formação, mas isso ainda vai ter que ser equacionado. Estamos a ponderar as hipóteses todas e no momento adequado vamos falar sobre isso», disse.

O candidato disse ainda que se for eleito, o clube só reatará relações com o Sporting de Braga se este der o primeiro passo.
Em geral, disse preferir «não antecipar cenários, porque essas coisas acontecem naturalmente, as pessoas vão-se cruzando nos organismos do futebol».

Contudo, fez questão de frisar que «há uma exceção, que é o caso do Braga», com quem o Vitória cortou relações em abril de 2011, fazia Júlio Mendes ainda parte da direção liderada por Macedo da Silva.

«De facto, o Vitória cortou relações com o Braga e fundamentou de forma clara por que o fez, porque havia um compromisso que não foi respeitado [polémica dos bilhetes num ‘derby’ minhoto em Braga da época passada] e, neste caso, tem que ser o Braga a dar o primeiro passo para que possamos equacionar a possibilidade de nos sentarmos à mesa e conversar», afirmou.

Instado a considerar se a gestão do clube vizinho e rival é um bom exemplo a ser seguido, Júlio Mendes, que vive na «cidade dos Arcebispos» por «fortes motivos familiares», não quis comentar, «porque são realidades distintas».

«Mas, e não me referindo ao Braga em concreto, temos que estar atentos ao que se faz de melhor nos outros locais, não tem problema nenhum perceber o que os outros estão a fazer e fazermos melhor, à nossa maneira, segundo o ‘DNA’ do Vitória. Não podemos viver como se não houvesse mais mundo, a aldeia do Asterix só existe na banda desenhada», concluiu.