Treze vitórias consecutivas depois, o Sporting de Braga perdeu na Liga de futebol, com o Benfica, 2-1, recebendo sábado o FC Porto naquela que poderá ser a última oportunidade para manter vivo o sonho nunca assumido do título.
Se vencer, e se o Benfica não ganhar o "derby" de segunda-feira com o Sporting, em Alvalade, pode passar de novo para a liderança, mas em caso de derrota, o Braga pode dizer adeus ao título, já que ficará a cinco pontos dos portistas e em desvantagem no confronto direto (perdeu no "Dragão", na primeira volta, por 3-2).
Contudo, só mesmo a derrota constitui um resultado francamente mau, já que um empate manteria ainda os "arsenalistas" na luta por um título nunca alcançado em 91 anos de história.
O Braga tem mostrado maturidade e qualidade “q.b.” que levam alguns analistas a considerarem-no mesmo como o principal candidato ao título, mas o início de época ficou marcado por alguma desconfiança dos adeptos em relação à equipa e, sobretudo, ao novo treinador.
O currículo que Leonardo Jardim, 37 anos, apresentava era (é) ainda curto, ainda que coroado de sucesso, com duas subidas de divisão e dois títulos nacionais (da II divisão, no Desportivo de Chaves, em 2008/09, e da Liga de Honra, no Beira-Mar, na época seguinte), e herdava uma pesada herança de Domingos Paciência.
Um segundo lugar no campeonato, lutando com o Benfica pelo título até à última jornada, e uma presença numa final de uma competição europeia, a Liga Europa (perdida para o FC Porto em maio, em Dublin), dois feitos inéditos no clube.
Como se não bastasse, teve que reconstruir praticamente todo o setor defensivo - e mais que uma vez ao longo da temporada -, tendo sobrado apenas o defesa esquerdo Elderson e o guardião Quim (este ausente da competição durante toda a época passada devido a grave lesão).
Depois de um início algo titubeante e merecedor de críticas de alguns setores da massa associativa, o Braga empatou em casa com o Benfica (1-1), à 10.ª jornada, resultado e exibição que moralizaram a equipa.
Na jornada seguinte, perdeu 3-2 com o FC Porto, no "Dragão", mas os golos nos últimos minutos da partida, ambos de Lima, seriam o prenúncio de um período altamente positivo para a equipa - e para o avançado brasileiro, atual melhor marcador do campeonato, com 19 tentos.
À 11.ª jornada, o Sporting de Braga era ainda quinto classificado, com 19 pontos, a oito dos líderes Benfica e FC Porto, mas a equipa tinha já assimilado as novas ideias do técnico e, dali em diante, somaria 13 vitórias consecutivas, podendo destacar-se as alcançadas em Olhão (4-3) e no Funchal (2-1 sobre o Marítimo e 3-1 sobre o Nacional), partidas em que teve que virar resultados.
À 15.ª jornada, já era terceiro classificado, depois de bater o Sporting em casa (2-1), e a escalada só parou na liderança isolada, à 24.ª jornada.
Pelo caminho ficaram outros objetivos assumidos: eliminação precoce da Taça de Portugal às "mãos" do Sporting, da Liga Europa, nos 16/avos de final, pelo "aportuguesado" Besiktas, e da Taça da Liga: com a final à vista, Quim deu um "frango" no minuto 90 e os "galos" de Barcelos aproveitaram para vencer no desempate por grandes penalidades.
Com uma "espinha dorsal" formada por Quim, Douglão (Paulo Vinícius antes da lesão), Hugo Viana e Lima, o Sporting de Braga tem pela frente, no sábado, um dos mais importantes desafios da época, mas Leonardo Jardim atira a pressão para cima de FC Porto e Benfica, lembrando os avultados investimentos que ambos fizeram.