O Benfica ainda não tomou posição sobre o princípio de acordo sobre o “Totonegócio”, negociado entre Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Governo e clubes, segundo fonte dos “encarnados”, defendendo um «amplo consenso» e o envolvimento da Liga na negociação.

«Gostaríamos de ver a Liga envolvida na resolução deste problema dada complexidade do mesmo. É um problema que deve obrigar a um amplo consenso», afirmou hoje fonte do Benfica, à agência Lusa.

Na quarta-feira, uma fonte ligada ao processo disse que os clubes que representam mais de 70 por cento das dívidas fiscais do futebol profissional tinham aceitado o princípio de acordo estabelecido entre FPF, clubes e Governo.

«Não sabemos os termos exatos da proposta de acordo entre a FPF e o Governo, portanto só podemos analisar uma proposta a partir do momento em que temos por escrito os pressupostos desse acordo, o que até agora não aconteceu», acrescentou, entretanto, a fonte do Benfica.

Já a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) considera «danoso» para os clubes o acordo de princípio negociado com o Governo para a regularização das dívidas do denominado “Totonegócio” e apresentou uma proposta alternativa, numa carta enviada aos clubes profissionais e ao presidente da FPF, Fernando Gomes.

Uma das questões levantadas pelo organismo é de que os clubes, caso aceitem pagar as dívidas do segundo período, reconhecer-se-iam como «devedores originários» no caso da dívida relativa ao 1.º período do “Totonegócio”, na ordem dos 20 milhões de euros e que ainda está por resolver nos tribunais.

No princípio de acordo entre FPF, alguns clubes e Estado, existe a proposta de o organismo federativo liquidar a dívida dos clubes ao Estado correspondente ao segundo período de avaliação, que se iniciou no mês de abril de 2004 e terminou no mês de dezembro de 2010, cujo montante ascende a 13 milhões de euros.

Da dívida inicial de 54 milhões de euros, os clubes pagaram 21 milhões, através da cativação das receitas do Totobola e dos jogos sociais, ficando a faltar 33 milhões – destes, houve uma execução de 20 milhões em 2005, que ainda está por resolver nos tribunais, e outra de 13 milhões em maio de 2011.