O Departamento Central de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DCIAP) está a investigar uma alegada fraude fiscal do ex-futebolista João Vieira Pinto, relacionada com uma transferância de três milhões de euros, disse esta terça-feira fonte judicial.

Aquela fonte judicial disse à agência Lusa que o processo se encontra em fase de inquérito na Secção Única do DCIAP de Lisboa, interposto após denúncia ao Ministério Público por parte de um banco a operar em Portugal, obrigado por lei a comunicar transferências superiores a um milhão de euros.

Segundo a mesma fonte, o DCIAP está a investigar uma alegada fraude fiscal relacionada com uma transferência de três milhões de euros de uma entidade sediada num paraíso fiscal para um banco português.

Esta fonte judicial refere que a investigação presume que a transferência de "offshore" das Ilhas Caimão corresponde a parte da verba de um total de 3,4 milhões de euros, que se suspeita ter o ex-futebolista recebido como prémio de assinatura por ingressar no Sporting, em julho de 2000.

O montante de três milhões de euros ordenado para ser transferido para Portugal, cativado após determinação judicial decretada pelo juiz Carlos Alexandre, não foi mencionado na declaração de rendimentos de João Vieira Pinto e o imposto apurado é superior a 600 mil euros, segundo a mesma fonte.

O próprio João Vieira Pinto confirmou na segunda-feira, em tribunal, que lhe foi acionado um processo em que está indiciado de crime de fraude fiscal.

O atual diretor da Federação Portuguesa de Futebol, responsável pelas seleções nacionais, disse-o na primeira sessão do julgamento em que é acusado igualmente de fraude fiscal, no valor de 678.490,23 euros, devidos pela tributação de 3,4 milhões de euros.

Além de João Vieira Pinto, são arguidos também José Veiga, empresário que alegadamente esteve envolvido na transferência do futebolista do Benfica para o Sporting, e Luís Duque e Rui Meireles, administradores da Sporting SAD na altura dos factos.

Antes da primeira audiência do julgamento, na 6.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, João Vieira Pinto garantiu que a sua «situação fiscal está toda regularizada».