O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) defende que o alargamento da Liga seja «estudado com profundidade» e considera inoportuno decidir «num final de época e do modo como algumas entidades estão a tentar fazer».
Em declarações à agência Lusa, Francisco Silveira Ramos salientou que um possível alargamento do principal campeonato, de 16 para 18 equipas, deve ser estudado «com tempo, com profundidade, com condições garantidas da participação dos clubes nas competições e nada que se faça repentinamente, num final de época, com equipas, eventualmente, a terem a expetativa de beneficiar dessa condição de um modo abruto».
«Não temos nada contra o alargamento ou encurtamento. Achamos que as situações devem ser estudadas, admitimos que eventualmente até pode haver alargamento se forem criadas as condições de cumprimento dos clubes que têm de estar nas Ligas profissionais. Do ponto de vista desportivo, não temos nada contra isso», frisou o presidente da ANTF.
Questionado sobre o voto de censura contra o presidente da FPF, Fernando Gomes, solicitado por sete delegados da Assembleia-Geral federativa, que discordam do “chumbo” ao alargamento sem descidas de divisão, Silveira Ramos reconheceu que a oportunidade para o debate na reunião magna de 12 de maio até poderá ser positivo.
«Há uma coisa que é preciso saber, é que as questões ligadas aos calendários competitivos, neste momento, não são matéria de decisão das AG da federação, são prerrogativa da direção. Naturalmente, a direção negociará com os parceiros, com os delegados, as melhores soluções, mas as decisões são das direções da Liga e FPF e não passam diretamente pela AG», explicou.
No entanto, Silveira Ramos recusou que esta censura seja inútil, apesar de esta manifestação de descontentamento não estar prevista nos estatutos federativos, mas questionou os objetivos inerentes a esta iniciativa.
«As coisas nunca são inúteis, porque têm sempre o seu peso de influência. Agora, há umas mais ajustadas e outras menos ajustadas. Parece-nos que o presidente da FPF preservou a regularidade das competições e nunca fechou a porta a que fosse negociada a alteração dos calendários competitivos, no espaço e no tempo próprios», salientou.
«Pensamos que não é de forma avulsa que se resolvem este tipo de problemas, é com tempo, com medidas sustentadas, estudadas com profundidade e não numa altura, digamos, um pouco fora do que é habitual, que se vai tomar uma decisão tão importante», concluiu Silveira Ramos.