Tiago Cortes, especialista em legislação do trabalho, explicou hoje que uma eventual greve no domingo dos futebolistas da União de Leiria «não é lícita» e pode ter «consequências particularmente gravosas».

O jurista esclareceu à agência Lusa que os cinco dias úteis que a lei determina entre o pré-aviso (segunda-feira) e a greve (domingo) «não foram cumpridos», contabilizando-se apenas três dias a partir do momento do anúncio, até porque na quarta-feira cumpriu-se o feriado do 25 de Abril.

«O período determinado por lei não foi respeitado. Os jogadores poderão fazer greve, mas a greve não será lícita, com as consequências que daí decorrem. Será uma falta injustificada e pode ter consequências particularmente gravosas», alertou Tiago Cortes.

O mesmo especialista acrescentou que, caso resultem «danos patrimoniais, o próprio sindicato e os jogadores podem ser responsabilizados».

Na segunda-feira, o plantel da União de Leiria avançou com um pré-aviso de greve, após a reunião com o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), no Estádio Municipal da Marinha Grande.

Na altura, o presidente do SJPF lembrou que a maioria dos trabalhadores da União de Leiria se encontra sem receber salário entre três e quatro meses, o que tem originado «consequências graves ao nível pessoal, familiar e profissional».

No entanto, os jogadores leirienses podem ainda levantar a greve ao jogo de domingo com o Feirense, da 28.ª jornada da liga portuguesa de futebol, casos os ordenados em atraso sejam pagos até sexta-feira.