Marco Soares, capitão da União de Leiria, assumiu que os jogadores da equipa principal aguentaram «até à última para que alguma coisa fosse resolvida».

«Até este momento, nada foi resolvido e por isso tomámos uma decisão de grupo definitiva», disse no final.

Joaquim Evangelista salientou que os futebolistas e o sindicato estão de «consciência tranquila», porque «tudo fizeram para resolver a situação».

Evangelista considerou «vergonhosa» a atitude de alguns presidentes, que entendem que «não pagar um ou dois salários é normal» e, «não satisfeitos, não pagam três, quatro e cinco meses».

«É uma situação insustentável, que afeta a credibilidade do futebol português e revela insensibilidade para com aqueles que são os grandes obreiros dos grandes êxitos do futebol português e das mais-valias que o mesmo gera», acrescentou o presidente do sindicato.

Segundo Joaquim Evangelista, esta situação deve-se «aos clubes que envergonham o futebol português, aos dirigentes que não souberam encontrar soluções e ao presidente da Liga».

«A Liga teve a possibilidade de resolver a situação. Não venha agora com o argumento que ao ajudar o Leiria está a prejudicar ou a discriminar outros clubes», criticou Evangelista, exemplificando com a posição da liga espanhola.

Segundo o dirigente, os jogadores «não estão mais disponíveis para pactuar com as irresponsabilidades dos dirigentes» e espera que «seja um virar de página».

O presidente do SJPF enaltece ainda a «coragem suficiente» dos jogadores da União de Leiria, cuja posição pode servir de incentivo a outros e «para que, de uma vez por todas, as instâncias desportivas e políticas erradiquem este fenómeno que a todos afeta».

Com quatro meses de salários em atraso, e com uma greve marcadas para os três últimos jogos da Liga portuguesa de futebol, o primeiro dos quais no domingo, frente ao Feirense, os jogadores não adicaram de receber pelo menos três salários. Nas últimas semanas, cinco jogadores já tinham rescindido os seus contratos.