O presidente demissionário da SAD da União de Leiria, João Bartolomeu, disse hoje que a rescisão coletiva dos futebolistas é um «caso de polícia».

«Alguns jogadores esquecem que receberam adiantamentos quando assinaram os contratos. É um assunto jurídico e é um caso de polícia. Há 80 por cento dos clubes com ordenados em atraso, mas escolheram o Leiria como o elo mais fraco e estão a abatê-lo», adiantou João Bartolomeu, no final da Assembleia-geral da SAD, na Marinha Grande.

Segundo o presidente, a União de Leiria é o «bode expiatório» e a rescisão não foi feita «levianamente». Bartolomeu apelou a que exista uma investigação à situação da União de Leiria, pois considerou que se trata de um «ato premeditado».

«Se fosse investigador, investigava já isso. Conheço o mundo do futebol há muitos anos e não sou parvo. Hoje há uma tentativa de acabar com a Liga», afirmou Bartolomeu, acrescentando que como o «candidato [às eleições da Liga] que era para ganhar perdeu", há que "destroçar a Liga».

Bartolomeu acusou ainda os jogadores de não aceitarem o acordo da SAD, que previa o pagamento dos salários de janeiro, fevereiro e março. «Nunca vi jogadores serem tão radicais, apesar do presidente do sindicato pedir contenção. É um caso de polícia que mexe com dinheiro e classificações», sublinhou.

O presidente da Mesa da Assembleia-Geral, João Carlos Barreiras Duarte, revelou ainda que «proposta estava bem encaminhada, com garantias reais apresentadas desse respetivo pagamento», pelo que a SAD ficou «surpreendida» com a notícia da rescisão através da comunicação social.

Já João Bartolomeu recordou que a União de Leiria «sempre teve os ordenados em dia» à exceção desta época. «Foi dito aos jogadores que receberiam tudo na segunda-feira a seguir ao final do campeonato se ficassem na I Liga, mas fizeram ouvidos moucos.»

O dirigente acrescentou ainda que «foi prometido e acordado com o senhor presidente do sindicato que havia condições para pagar três meses», mas, disse Bartolomeu, «parece que não chega».