O presidente demissionário da SAD da União de Leiria, João Bartolomeu, acusou este domingo «os talibãs do desporto» pela greve seguida de pedido de despedimento coletivo apresentada por 14 futebolistas do plantel leiriense.

«Como é possível o futebol português ter 80 por cento de jogadores com salários em atraso, passivos enormíssimos superiores ao da União de Leiria e acontecerem rescisões a três jornadas do fim? Isto tem mão de alguém e é preciso saber quem esta por detrás disto tudo. Há muitos talibãs em lugares de grande responsabilidade», afirmou o líder da SAD leiriense.

Sem nomear responsáveis, João Bartolomeu considera «grave e curioso» o caso que afeta a União de Leiria, estranhando as razões que levam a equipa a ser «alvo deste ataque».

«Se calhar os próximos dias vão dar a saber porque é que é alvo de ataque. Vai ter-se conhecimento de situações graves que se têm passado», disse o dirigente, após a derrota por 4-0 com o Feirense, em jogo da 28.ª jornada da Liga, no qual a União de Leiria se apresentou com apenas oito jogadores.

O líder da SAD criticou ainda os jogadores que pediram a rescisão de contrato - das quais continua a alegar não ter conhecimento formal - por terem ido jantar "a um dos restaurantes mais caros de Marrazes", em Leiria.

«Se há três meses não recebem, como foram almoçar a um restaurante onde eu não vou por ser muito caro?», questionou, adiantando que será movido ao capitão Marco Soares «um processo-crime por difamação».

«Ele vai ter de provar em tribunal quem é que não recebe há cinco meses. Ele é um traidor, porque não fala verdade», sublinhou.

João Bartolomeu aproveitou para elogiar os oito jogadores que alinharam frente ao Feirense: «Hoje viu-se aqui que o Leiria tem grandes profissionais, que lutaram arduamente para dignificar a camisola e para tentar respeitar os outros adversários do campeonato. Apesar disso, este campeonato está todo falseado, desde a primeira jornada».

O presidente da União de Leiria agradeceu ainda ao presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, por «ter resistido às pressões para não haver este jogo», permitindo aos jogadores emprestados pelos "encarnados" alinhar frente ao Feirense.