O presidente de Académica, José Eduardo Simões, defendeu esta segunda-feira a subtração de pontos aos clubes que não cumpram as obrigações salariais, considerando que a atual Liga portuguesa de futebol «é uma vergonha» e sem «verdade desportiva».

O dirigente quebrou o "blackout" inicialmente designado pelos “estudantes” e atacou o comportamento da Liga de clubes, que não tem agido em relação aos clubes que não pagam aos jogadores, «contratando outros em janeiro a peso de ouro quando ainda têm dívidas com outros».

«Devia haver uma regulação efetiva. A Liga e a Comissão Executiva deviam chamar os clubes e os jogadores para verificar o que se passa. Depois fazer o que se deve fazer em qualquer campeonato profissional: perda de pontos. Este problema não é de agora. Sou uma voz isolada e que não é suficientemente escutada», afirmou o dirigente.

Para José Eduardo Simões, a gota de água foi o encontro de domingo entre a União de Leiria e o Feirense, no qual a equipa do Lis alinhou com apenas oito jogadores, devido à rescisão coletiva do restante plantel.

«É um jogo que não deveria ter ocorrido e adultera a verdade desportiva. A União de Leiria serviu de cobaia a todos os outros clubes que também não pagam salários? Porque é que só se passou ali? Vai começar a ser assim o campeonato para o futuro? Sete contra sete? Oito contra onze? Vai ser um campeonato de râguebi de "sevens"? Os reguladores parecem estar a fazer como Pilatos: deixar andar e deixar ver o que se passa. O jogo de ontem [domingo] foi revelador da época da mentira!», atirou.

O presidente academista garantiu que já confrontou o seu homólogo da Liga de clubes, que alegadamente terá respondido: «não sei o que fazer».