O presidente do Marítimo, Carlos Pereira qualificou hoje o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de prepotente e egoísta, devido à postura assumida por Fernando Gomes no processo de alargamento da Liga portuguesa de futebol de 16 para 18 clubes.

«Estou muito desapontado com a sua prepotência e egoísmo. É bom lembrar que as propostas passaram na Liga e não na Federação Portuguesa de Futebol», acusou o presidente do Marítimo.

À margem da apresentação do novo treinador da equipa B, Carlos Pereira lembrou que o Marítimo apresentou na Assembleia-Geral da Liga «uma proposta que recolheu a concordância da maioria dos clubes, já que a mesma obteve apenas uma abstenção».

Contudo, as críticas a Fernando Gomes foram mais abrangentes: «Verdade desportiva não é andar ao serviço de alguns, sendo servil da instituição que já serviu», voltou a acusar o líder do clube insular.

Antes de ser presidente da Liga e da FPF, Fernando Gomes foi dirigente do FC Porto, um dos clubes que se manifestou contra o alargamento da Liga, uma proposta chumbada pela segunda vez pela direção da federação na terça-feira.

Carlos Pereira abordou ainda o «caso Cardinal», referindo que só agora conseguiu perceber a receção que a equipa do Marítimo teve quando então jogou em Alvalade para a Taça de Portugal.

«Fomos recebidos de forma hostil e só agora entendo o porquê. Receberam-nos com distância e autoritarismo, como se fôssemos malfeitores, num jogo relativo a uma prova em que queríamos continuar», sublinhou Carlos Pereira.

O vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão, ex-inspetor da PJ, e outras duas pessoas foram constituídos arguidos no âmbito de uma investigação por denúncia caluniosa qualificada em relação ao árbitro auxiliar José Cardinal.

Na base da investigação está uma denúncia feita pelo Sporting à FPF, na sequência de uma alegada informação anónima segundo a qual alguém na Madeira tinha depositado dois mil euros em dinheiro na conta bancária do árbitro auxiliar José Cardinal, e que levou a federação a apresentar queixa às autoridades.

Segundo uma fonte da investigação, o depósito terá sido feito por uma pessoa que está ligada profissionalmente ao vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão e terá, alegadamente, atuado para impedir que o árbitro auxiliar fizesse parte da equipa de arbitragem no encontro da Taça entre o Sporting e o Marítimo realizado no Funchal.