O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, disse hoje que se tivesse chegado uma semana mais tarde, o clube «teria fechado as portas».

«Para ilustrar as dificuldades em que o Vitória estava, costumo dizer que se tivesse chegado uma semana mais tarde ao clube, ele teria fechado as portas. Desta forma, podem perceber a gravidade da situação em que o Vitória se encontrava. De resto, ainda não está garantido que todos os problemas vão ser ultrapassados, há um trabalho que está a ser feito, mas ainda não está terminado», disse.

O dirigente, que falava no final da cerimónia onde Guimarães foi escolhida para ser Cidade Europeia do Desporto em 2013, frisou que «o Vitória só tem um caminho a seguir e que passa por uma reestruturação absoluta no sentido de conseguir uma sustentabilidade, porque está demonstrado à evidência que o caminho que estava a ser seguido não era sustentável».

«É preciso fazer alterações profundas - e estão a ser feitas», disse.

O presidente vitoriano disse ainda que «a inscrição na Liga está a ser preparada de forma serena» e que, apesar de todas as dificuldades, o dossier vai ser apresentado dentro do prazo (21 de maio).

A mais recente dificuldade com que o clube minhoto se deparou foi com a recusa de Urreta, jogador emprestado pelo Benfica, mas cujos salários o Vitória pagava «na íntegra», em aceitar o acordo de receber o mês em atraso até agosto.

O jogador não assinou, por isso, a declaração de não dívida, imprescindível para apresentar na Liga, mas Júlio Mendes não se mostrou muito preocupado, assegurando que o clube pagará o mês em falta ao jogador uruguaio e notando apenas que o «esforço para inscrever a equipa será maior».

Não quis ainda comentar o facto de no presidente da câmara de Guimarães, António Magalhães, ter dito recentemente que a autarquia não vai ser acionista da futura sociedade anónima desportiva (SAD), contrariando um desejo formulado por Mendes durante a campanha eleitoral.

«Neste momento, o Vitória tem que se concentrar em absoluto em torno dos problemas atuais para viabilizar o clube e só depois teremos condições para voltar a falar nesse assunto, mas daqui até lá temos um trabalho hercúleo para fazer», disse.

Eleito a 31 de março, Júlio Mendes faz «um balanço bastante positivo» do primeiro mês e meio de trabalho.

«Consegui manter o clube a funcionar com relativa normalidade, mas há ainda muitas incógnitas em aberto que me trazem a mim em sobressalto e preocupação», disse.